Quando damos connosco a evocar o passado, é o primeiro sinal de que estamos velhos. Mas o passado não pode ser totalmente esquecido, embora a malta nova se esteja nas tintas até para o futuro, preferindo viver o presente. E, porventura, terá razão, pois o futuro é muito incerto e o passado demasiado remoto.
Outro sinal é o de 'puxar pelos galões’. Eu, por exemplo, considero-me o pioneiro da crítica áudio em Portugal – ou o decano, se a ‘velhice’ continuar ainda a ser um posto.
Exame prévio: NAIM SBL, publicado na edição de Agosto 1988, da revista IMASOM. Abrir pdf integral no final do artigo.
Admito que haja outros candidatos, mas nenhum com tantas provas documentais para mostrar. Como este pdf de um artigo intitulado ‘Exame prévio: NAIM SBL’, publicado na revista IMASOM, em Agosto 1988. Há trinta anos, portanto. É um pedaço da história audiófila nacional, que eu desenterrei do arquivo morto.
Nota: Abrir o pdf de 2 páginas no final deste artigo, ou clicando sobre o título acima. A leitura será mais fácil num computador ou iPad, pois um telefone não tem as dimensões ideais para esse efeito. O pdf é pesado e pode demorar um pouco a abrir. Mas vai valer a pena ler.
Notável é o facto desta ‘crítica’, apesar de ter sido escrita no século passado, não ‘soar’ ainda como ‘jurássica’. Hoje, eu não faria melhor, excepto na qualidade das fotos. E agora, à distância, eu próprio entendo o enorme sucesso que tinha junto dos leitores da extinta revista IMASOM.
Foto obtida no interior da câmara anecóica do IST, durante a colocação do microfone de medida. IST, 1988
Pelo contrário, tomara muita publicação actual apresentar um trabalho desta qualidade que, além da opinião subjectiva, tem medidas de laboratório obtidas na câmara anecóica do IST, com a colaboração dos Professores Bento Coelho e Henrique Onofre e a sua equipa, com quem tive o prazer e a honra de colaborar.
…notável é o facto desta ‘crítica’, apesar de ter sido escrita no século passado, não ‘soar’ ainda como ‘jurássica’…
Por vezes, visitar o passado não é apenas ‘a walk down memory lane’, como dizem os críticos anglo-saxões, que tanto idolatramos, nem sempre justificadamente, antes nos ajuda a entender melhor o presente para preparar o futuro. E a perceber que o sucesso não assenta no acaso, ou na sorte, mas na qualidade do trabalho realizado.
Fica a dica para os mais jovens e o recado para os mais velhos…