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Chord Hugo 2

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Se leu o meu teste ao Chord DAVE, sabe que eu sou um fã incondicional de Robert Watts e da sua tecnologia de conversão FPGA, Field Programmable Gate Array. Aliás, já testei praticamente toda a ‘obra’ de Watts, desde os tempos da Deltec, o que me torna, talvez, um especialista na matéria, ou melhor, no ‘material’.

Na Chord sabem disso, e mandam-me sempre uma ‘amostra’ logo que está disponível para teste, sobretudo dos modelos ‘portáteis’, pois o DAVE chegou-me às mãos via o distribuidor nacional Topaudio. Amostras que eu devolvo, logo que são requisitadas. Só por isso não me foi possível comparar lado a lado o Hugo e o Hugo 2. Fá-lo-ei de memória, pois. Mas vamos aos números primeiro.

Chord Hugo 2 Transportable FPGA DAC/headphone amplifier

Chord Hugo 2 Transportable FPGA DAC/headphone amplifier

O Hugo original é compatível com PCM até 384KHz e DSD128 (DOP); o Hugo 2 vai até aos 768KHz e DSD512 (nativo).

O coração do Hugo 2 é o Xilinx Artix 7, um circuito integrado que funciona a 104MHz e com uma capacidade de processamento 500x superior à de um circuito integrado convencional. Nota: Não admira, pois, que o Hugo 2 ‘aqueça’ bastante, sobretudo quando a bateria está a chegar ao fim e o estamos a utilizar e a carregar ao mesmo tempo. Só com bateria mantém-se morninho o resto do tempo (entre 5 a 7 horas de duração).

O Hugo original é compatível com PCM até 384KHz e DSD128 (DOP); o Hugo 2 vai até aos 768KHz e DSD512 (nativo).

O circuito é fabricado em Taiwan mas a complexa programação FPGA é toda feita no RU com os algoritmos de processamento e filtragem exclusivos desenvolvidos por Robert Watts.

O processo é tecnicamente complexo e os críticos que escrevem em inglês (como eu, aliás, quando escrevo para a Hifi-News) têm a vida muito facilitada, porque se limitam a debitar a informação do fabricante sem precisar de traduzir.

Por exemplo, uma das principais evoluções dos filtros WTA (Watts Time Aligned) tem sido a ‘tap-length’, que no DAC64 original era de 1024 ‘taps’, no Hugo passou para 26.368 e no Hugo 2 é de 49.152. O DAVE (ver teste em Artigos Relacionados) utiliza 166 000 ‘taps’ e, quando utilizado com o Chord Blu 2, pode chegar a 1M!

Traduzido pelo Google, ‘tap’ iria dar qualquer coisa como ‘torneira’. Ora, num filtro FIR (finite impulse response), ‘taps’ são ‘coeficientes’ de multiplicação. Ou seja, do fluxo contínuo do sinal analógico, o filtro ‘recolhe’ amostras que codifica com código binário. O conteúdo ‘perdido’ do sinal entre cada amostra recolhida vai ter de ser calculado, multiplicando cada nova amostra pela anterior que fica retida no filtro. Quanto mais ‘amostras retidas’ (‘taps’), mais perfeito será o cálculo.

Só depois de ter assim obtido uma ‘reconstrução’ o mais aproximada possível do sinal original é que este passa por um Pulse Array DAC. Mas vejam o vídeo promocional em baixo para perceber melhor a complexidade (e engenho) dos filtros de Robert Watts.

Para o leitor do Hificlube, que não é uma revista técnica, no sentido mais especializado do termo, o que interessa é saber se o Hugo 2 é uma evolução em relação ao Hugo que justifique a troca imediata. Eu não queria repetir-me, mas o som do Hugo 2 está bem mais próximo do DAVE que do Hugo original, que é mais ‘redondo’ e menos informativo. Assim, tudo o que escrevi sobre o DAVE se aplica ao Hugo 2, ainda que em menor grau:

‘Independentemente do disco, o patamar de silêncio é tão baixo que todos os sons parecem partir de um vácuo negro, sobressaindo com extrema nitidez. Por outro lado, a sensação de espaço, sobretudo de profundidade é notável e ao nível do actual estado-da-arte. 

Mas é na textura que o Dave se revela superlativo: os sons têm corpo, forma, movimento, ritmo.’

E muito mais que podem ler aqui.

Chord Hugo 2

The Chord Hugo 2 comes in colours everywhere...

The Chord Hugo 2 comes in colours everywhere...

Mas vamos ao ‘2’ que, quando está ligado, é um festival luminotécnico. Além do botão de policarbonato translúcido do controlo de volume e do visor indicativo da frequência de amostragem, que herda do Hugo, e se iluminam pela tabela de Kelvin com as cores do (infra)vermelho (-) ao (ultra)violeta (+), sendo o branco o indicador para o volume máximo (no botão rotativo) e DSD no visor, tem outros quatro botões esféricos, respectivamente para seleccionar o tipo de filtro, entradas, X-PHD (processamento ‘crossfeed’ virtual para audição com auscultadores) e on/off. Cada filtro, entrada e ‘crossfeed’ tem uma cor variável para indicar a função; e até o botão on/off muda de cor consoante o nível da bateria.

Este não é, definitivamente, um DAC para daltónicos. E mesmo os que não o são, o melhor é lerem o manual em forma de folheto para não ficarem baralhados. O que vale é que, depois de algumas experiências vai acabar por escolher, talvez como eu, High Frequency roll off (verde) no filtro e ‘Medium’ no ‘crossfeed’ (verde também).

As ligações possíveis

1x 3.5mm headphone jack 1x 6.35mm (¼ inch) headphone jack 1x (pair) stereo RCA phono output, 1x Optical TOSLink 24-bit/192kHz-capable, 1x RCA coaxial input 24-bit/384kHz-capable

1x 3.5mm headphone jack 1x 6.35mm (¼ inch) headphone jack 1x (pair) stereo RCA phono output, 1x Optical TOSLink 24-bit/192kHz-capable, 1x RCA coaxial input 24-bit/384kHz-capable

O Hugo 2 pode ser utilizado como DAC externo, integrado num sistema hifi de qualidade elevada (pressiona simultaneamente o botão on/off e o X-PHD para obter um nível de saída fixo de 3V (cor lilás); como USB DAC/prévio, ligado ao amplificador, regulando o volume no botão esférico rotativo; e como amplificador de auscultadores (cuidado com o volume, parta sempre do vermelho e vá subindo!...).

O Hugo 2 não é propriamente ‘portable’, como o Mojo, é mais ‘transportable’, embora a bateria dure cerca de 7 horas. A propósito, não a deixe descarregar completamente. Não só a temperatura da caixa sobe muito quando está em carga, como depois fica cerca de meia-hora sem o poder utilizar mesmo ligado à corrente de sector (como alguns telemóveis, aliás). Como pode ouvir e carregar o Hugo 2 ao mesmo tempo, quando em casa, o melhor é deixá-lo sempre ligado, porque vai ouvi-lo tanto tempo que a bateria se esgota sem dar por isso…

A tentação de ouvir DSD512 (sim, eu tenho alguns ficheiros ‘upsamplados’ para teste) e PCM768kHz (também ‘upsamplados’ pela JRiver) é enorme. E o Hugo 2 responde a todas as solicitações, a todas as frequências de amostragem, sem soluços, tiques ou hiatos, acendendo a luz da cor respectiva.

Chord sample colours

Chord sample colours

O som é sempre superlativo, sobretudo quando se utilizam ficheiros DSD256 nativos, disponíveis na Native DSD.

Mas é no dia-a-dia, a reproduzir o ‘streaming’ da Tidal, puxado para 384kHz, no Windows 10/Playback Devices, que ele mostra as vantagens de um DAC de excelência. Não converte MQA, mas também não precisa porque a própria Tidal trata disso.

Raramente ouço MP3, mas até a Spotify parece outra quando o Hugo 2 entra em campo. Bluetooth? Bom, também funciona, pelo menos é fluído e sem soluços ou asperezas, mas eu dispenso. E com a app Fidelify pode ouvir a Spotify Premium em DSD512!

Se o quiser ligar a um leitor-CD utilize a entrada óptica (a conselho do próprio Watts, que a prefere à coaxial). A resolução fica, contudo, limitada aos 192kHz.

Com cabo coaxial, vai até aos 384kHz. Mais do que suficiente e até desnecessário, porque não há discos ópticos com música em tal resolução. O máximo que eu conheço é 174kHz, nos discos HR da Reference Recordings, mas vai precisar de um Oppo. Pode, claro, utilizar também uma pen com ficheiros HD nos leitores-CD que o permitem.

Se lermos as ‘reviews’ da imprensa britânica, normalmente encomiásticas, como a da What-HiFi?, os termos mais usados para descrever o som Hugo 2 são: timing, detail, crispiness, clarity, punchy, crystal-clear. E eu tendo a concordar. Nesse aspecto, o Hugo original é mais, digamos, um ‘smooth operator’, por comparação. Este novo nível de presença, detalhe, claridade e transparência deve-se, segundo Watts, ao aumento do número de ‘taps’.

Há uma clara relação entre a precisão temporal e a noção acústica de definição temporal. O ouvido humano é muito mais sensível ao tempo que à frequência, o que nos permite determinar a posição e a distância de uma fonte sonora. É o tempo e não a frequência e a amplitude que determina o timbre e o ‘recorte’ do grave, por exemplo. E a separação espacial, que é quase ao nível do DAVE.

Hugo 2 is Chord’s closest approach to DAVE yet. At a fraction of the price...

No Hugo 2, o grave é seco, rápido e articulado. E, como o amplificador de auscultadores é apenas a extensão do DAC (circuito muito simples), com um par de Hifiman 1000, cuja impedância é baixa, senti que fazia falta um pouco mais de peso no grave. Já com os Pryma, que são ‘anafadinhos’, o grave ganhou um impacto e velocidade inusitada. Mas é com auscultadores ligeiros de impedância mais elevada que o Hugo 2 se superioriza a todos os DACs dentro da sua categoria.

E termino como comecei, agora em inglês:

Hugo 2 is Chord’s closest approach to DAVE yet. At a fraction of the price...

Chord Hugo2 wide dark web

Chord Hugo 2 Transportable FPGA DAC/headphone amplifier

The Chord Hugo 2 comes in colours everywhere...

1x 3.5mm headphone jack 1x 6.35mm (¼ inch) headphone jack 1x (pair) stereo RCA phono output, 1x Optical TOSLink 24-bit/192kHz-capable, 1x RCA coaxial input 24-bit/384kHz-capable

Chord sample colours


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