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2008

Chord Dac64 Revisitado

Chord Dac64 Revisitado




Há uns bons 15 anos, tive o prazer de assistir em Londres à apresentação privada do revolucionário “chip”, concebido por Robert Watts (Deltec/DPA), que é o coração da tecnologia de conversão “pulse array” e do famoso algoritmo que está na base do filtro de reconstrução de ondas sonoras analógicas a partir de sinais digitais WTA (Watts Transient Aligned), que previlegia o domínio temporal (ler em Media a entrevista exclusiva com Robert Watts). Mal sabia eu que um dia iria utilizar como uma das minhas referências um Chord DAC64 que é, na minha opinião, a mais perfeita implementação comercial desta verdadeira tese em tecnologia digital. Quando testei o Chord 64, gostei tanto que o comprei (e paguei). Posto isto, já devem calcular o que se segue.
 
O Tube Technology Fusion DAC64, que também tive oportunidade de ouvir, utiliza a mesma tecnologia mas não tem, contudo, comparação possível no desempenho. A Chord tem sido assim, ao longo dos anos, a empresa que mais e melhor tem sabido implementá-la, e eu tenho tido a rara felicidade de fazer test-drives das diferentes versões desta obra-prima (ler em Artigos Relacionados e Media).
 



 

Até agora nenhuma outra versão me tinha convencido ao ponto de eu admitir que o DAC64 já estava a acusar a idade. Até agora. O Chord DAC QBD76 é a consecução do sonho de Robert Watts: o DAC perfeito.


Fundamentalmente – e sem perdermos muito tempo com explicações técnicas, já abordadas em testes anteriores e que Watts melhor que ninguém explica na sua entrevista – cada nova versão do DAC 64 tem vindo a subir o nível de sobreamostragem que, com o QBD76, já vai na oitava ordem, ou seja, 2608x.






 





Não sou particular adepto da excessiva sobreamostragem, mas em conjugação com o filtro de alinhamento temporal e a utilização de uma memória buffer do tipo FiFO (first in, first out), para eliminar o jitter induzido pela fonte, o som do DAC64 mostrou, desde o primeiro encontro, ter uma empatia muito especial com a minha forma de encarar o som dos CD: isento de artificialismo digital, encorpado sem perda de transparência, com o agudo doce e o grave robusto, ambos harmonicamente relacionados com a grande gama média onde afinal acontece 90% da acção.
 




Do DAC 64 pode dizer-se pelos padrões actuais que soa talvez demasiado redondo no agudo; e anafado – e até algo preguiçoso – nos registos graves. O QBD76 veio de novo colocar a Chord no pelotão da frente, ao lado dos topos de gama da dCS, Emm, Esoteric, Krell, Mark Levinson, Meridian, etc.: há agora uma sensação de mais extensão, ar e luminosidade do agudo; e mais recorte, definição e sentido rítmico no grave. Por outro lado, a gama média ganhou em transparência sem perder um grama de naturalidade, os tais 21 gramas que se diz pesa a alma humana.

Mas é sobretudo na energia intrínseca da música, que se distingue do mero raw power pela espiritualidade que emana da presença física dos músicos, que este pequeno passo em relação ao DAC64 se transforma num passo gigantesco para toda a comunidade audiófila. Chamem-lhe baixa distorção, baixo jitter, alta resolução, alinhamento temporal, whatever, eu chamo-lhe simplesmente: música.  




 



O QBD76 tem ainda uma outra funcionalidade nova que eu prezo: a inversão de fase absoluta (ou polaridade, se preferir) pela simples pressão num botão. Recomendo uma simples experiência: oiçam o disco “Transparente”, de Mariza, faixa a faixa, alternando a polaridade positiva e negativa, que surge na janela de vidro mais pequena. Foquem a atenção sobretudo na voz. Com a polaridade correcta (positiva ou negativa depende também do seu sistema de som, pois há amplificadores que invertem a fase absoluta) a voz soa mais presente e projectada. No final, vão poder concluir que a polaridade varia de faixa para faixa, embora sem sequência determinada, dependendo aparentemente da sessão de gravação.

Tal como é sugerido pelo próprio Watts (ver entrevista) eu prefiro ouvir o QBS76 (DAC64) com a memória buffer na posição “MAX” e com ligação óptica. O aumento substancial de jitter deste tipo de ligação é eliminado pelo buffer e pelo reclocking interno, e fica-se apenas com a vantagem da imunidade às interferências externas (RFI, EMI, etc.). Experimente você mesmo. Claro que se for possuidor de um transporte Chord Blu, as ligações BNC ou AES/EBU duplas devem ser tidas em consideração. Aqui estamos a falar de CD a 44,1/16 bit, esse delicioso anacronismo do século passado...


O mais curioso é que o QBD76 não foi lançado para substituir o DAC64 mas sim para responder às actuais necessidades do mercado: um DAC highend com receptor Bluetooth (digital) que permite ouvir directamente no seu sistema com elevada qualidade a música que tem gravada no seu telefone ou PC. Abençoada modernice...


Distribuidor: TOPAUDIO, Av. St.ª Joana, 17 R/C, Aveiro – telef. 234 377 183 – [email protected]


Fabricante: CHORD ELECTRONICS



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