Delaudio950x225
Publicidade


Reviews Testes

Western Electric 91E – Golden Boy - análise auditiva de JVH

WE91E Golden Boy.jpg

Read full article in English

 

Sou o primeiro a admitir que demasiadas analogias com vinho na crítica áudio já dão vontade de vomitar (trocadilho intencional). Mas tenham paciência, enquanto apreciamos juntos o amplificador integrado single-ended a válvulas 300B Western Electric 91E. Por favor, venham beber comigo um copo de excelente som.

As avaliações de equipamento áudio e de vinho baseiam-se talvez demais na experiência subjetiva, descurando as medições objetivas. Contudo, embora o perfil químico de um vinho possa revelar algumas das suas características organoléticas, não permite definir plenamente o que o torna tão especial e agradável ao palato. Mesmo que uma garrafa de Barca Velha falhe num rigoroso teste de laboratório, os conhecedores de vinho continuarão a valorizá-lo pelo seu sabor único e bouquet complexo.

Da mesma forma, o amplificador integrado Western Electric 91E, concebido com base nos lendários tríodos WE300B, pode não impressionar se for submetido a um teste padrão SINAD. No entanto, oferece uma experiência de audição rica e envolvente que vai além de meros números e especificações. Isto, claro, se se dispuser a ouvi-lo com atenção (deixar aquecer bem primeiro).

Ao mergulhar nas maravilhosas paisagens sonoras, vai descobrir que o verdadeiro valor deste amplificador a válvulas reside no puro prazer que proporciona aos sentidos, ao ponto de se experimentar uma verdadeira bebedeira acústica.

O desempenho do WE91E envolve o ouvinte num tecido diáfano, transportando-o para um mundo novo de prazer auditivo sem paralelo. O calor, a profundidade (não me refiro à extensão, mas à gravitas) e suavidade do som, todos contribuem para esta cativante experiência. Portanto, ao explorar o mundo do áudio, valorize também os aspetos intangíveis e subjetivos, não se concentre apenas nos números.

Afinal de contas, o que nos cativa verdadeiramente no Western Electric 91E é o casamento da ciência com a arte artesanal ancestral. Não admira que faça parte da Coleção Ten, de Ricardo Franassovici.

Ken Kessler dixit

Cumpre-me revelar que li a excelente crítica do meu estimado colega Ken Kessler sobre o WE 91E - e secretamente desejei tê-la escrito. Paul Miller, com quem eu também já publiquei algumas críticas para a Hi-Fi News, conduziu os testes de laboratório. Talvez por isso eu sinta alguma empatia e, porque não dizê-lo, nostalgia, porque já não trabalhamos juntos há algum tempo, por dificuldades logísticas e de agenda.

Espero que Ken não se importe que eu o cite, porque, embora eu não tenha testado tantos amplificadores de válvulas de baixa potência como ele, ao longo da nossa carreira paralela de quase 40 anos como críticos, concordo plenamente com a sua conclusão arrojada:

"Este é o melhor amplificador de baixa potência que alguma vez ouvi. A escala e naturalidade rivalizam com tudo o que eu possa nomear aqui - qualquer que seja a potência". Ken Kessler, Hi-Fi News, Março 2023.

Do mesmo modo, o relatório laboratorial de Paul Miller não me surpreendeu, pois confirma no essencial as especificações de fábrica para a distorção do Western Electric 91E: THD 14W/8 ohms (3%), 16W/8 ohms (5%) e 20W/8ohms (10%)!

Subjetividade vs. Objetividade

Assim, eis que somos uma vez mais confrontados com a polémica temática da abordagem subjetiva versus objetiva. De facto, como é possível um amplificador com distorção harmónica total tão elevada soar bem, ainda que, em seu favor, apresente o dobro da potência de outras versões de amplificadores com base em tríodos 300B?

Os que nos detestam responderão imediatamente que é porque somos ambos tendenciosos; enquanto os seguidores mais fiéis vão validar a nossa opinião baseada na experiência auditiva, e sentir-se-ão ainda mais decididos a ouvir por si próprios. O que eu aconselho a fazer, sem dúvida, porque um amplificador a válvulas de 21.000 euros não se compra no escuro – e acho que percebe o que eu quero dizer.

Como escreveu Camões, nos Lusíadas (Canto IX, estrofe 83), "É melhor experimentá-lo que julgá-lo; mas julgue-o quem não pode experimentá-lo".

Bem, agora eu já experimentei o WE91E, e por isso posso julgá-lo. Mas se não pode experimentá-lo (só há dois em Portugal), julgue-o com base na minha experiência, até um dia poder ouvi-lo. É para isso que as críticas servem. Para o preparar para o desafio.

As WE300B custam 1500 euros por par emparelhado e têm uma garantia de 5 anos

As WE300B custam 1500 euros por par emparelhado e têm uma garantia de 5 anos

Charles Whitener e as 300B

A Western Electric começou a produzir o tríodo de potência original 300B em 1938, e manteve a produção durante 50 anos. Desde que foi interrompida em 1988, fabricantes chineses e russos mantiveram s 300B disponíveis no nicho de mercado audiófilo. No entanto, a fiabilidade e qualidade do som nunca mais foram as mesmas.

Charles Whitener adquiriu assim o nome e os direitos tecnológicos da Western Electric à AT&T (a empresa-mãe) em 1995. Em 1997, retomou a produção das válvulas 300B, após alguns contratempos na fábrica, e aproveitou o conhecimento de alguns dos trabalhadores da fábrica original da WE.

Primeiro, mudaram-se para Huntsville, Alabama, e depois para Roseville, Geórgia, onde o amplificador integrado WE91E, bem como os tríodos 300B, são agora produzidos. Estas válvulas custam 1500 euros por par emparelhado, com uma garantia de 5 anos, em vez dos típicos 90 dias para os sucedâneos NOS; por isso, têm de ser algo especial. E, de facto, são especiais.

Nota: veja os dois vídeos oficiais da WE em baixo.

Tecnologia e sedução vintage

O WE91E foi inspirado no icónico amplificador single-ended integrado WE91A de 1936, produzido então para a indústria do cinema. Mas, para além da utilização de tríodos 300B no andar de potência, não parecem haver quaisquer outras semelhanças óbvias.

O design atraente do WE91E vai certamente impressionar quem o vê - e não apenas quem o ouve: os elegantes cilindros de vidro para proteção das válvulas 300B; as letras gravadas; e a estrutura de alumínio anodizado a preto (ou opcionalmente, champanhe e prata, sendo este último mais caro) combinam modernidade sofisticada, tecnologia de ponta e sedução vintage.

Um módulo de computador Raspberry Pi3 controla o espetacular ecrã LCD colocado ao centro, para leitura fácil à distância das várias funções e do volume. Os botões de acesso às fontes estão colocados à (nossa) esquerda; e à direita temos: o botão de On/Off, uma tomada para auscultadores e um enorme botão rotativo que controla o volume com um codificador ótico interno que seleciona digitalmente os relés que comutam a malha de resistências de baixo ruído, com precisão e um mínimo de interferência.

Um elegante controlo remoto em liga metálica controla todas as funções básicas e permite também ajustar o equilíbrio entre canais, mute, luminosidade do mostrador e ajuste dos níveis de entrada das fontes (trimming).

WE91E - painel traseiro

WE91E - painel traseiro

Antena Bluetooth

O que é surpreendente num amplificador SE vintage é a antena Bluetooth® para o streaming sem fios. E ainda: quatro entradas RCA de linha; entrada Phono/Load, com comutação MC/MM, e portas USB-A e Ethernet (RJ45), que são apenas para manutenção e atualizações de fábrica. O pacote é versátil, embora não haja oferta de ligações balanceadas. O WE91E tem ainda saída de linha para prévio externo e saída de prévio para amplificador externo, que estou certo que ninguém vai utilizar.

O WE91E utiliza blocos de comutação de impedância, com base em pequenos transformadores toroidais, concebidos para uma única carga específica: 4, 8 ou 16 ohms.

O WE91E utiliza blocos de comutação de impedância, com base em pequenos transformadores toroidais, concebidos para uma única carga específica: 4, 8 ou 16 ohms.

Blocos permutáveis

Ao contrário da maioria dos amplificadores a válvulas, que utilizam na saída pesados transformadores de enrolamentos múltiplos para a comutação de impedâncias, o WE91E utiliza blocos com base em pequenos transformadores toroidais, concebidos para uma carga única: 4, 8 ou 16 ohms.

Assim, apesar de ter um aspeto robusto e avantajado, o WE91E pesa apenas 22 Kg, e é fácil de colocar em cima de uma prateleira, graças às suas práticas pegas laterais niqueladas.

Quanto mais pequenos os transformadores de saída, menor será o efeito de histerese, que se manifesta como um atraso na resposta do campo magnético, resultando em perda de energia. Esta perda de energia manifesta-se por sua vez sob a forma de calor, e pode distorcer o sinal de áudio, pelo que, quanto menos histerese, melhor será o som.

Os transformadores de relação de impedância única normalmente também medem menor capacitância nos enrolamentos. O mesmo não se passa com os transformadores convencionais de múltiplas derivações.

O WE91E vem com um bloco de transformação de impedância opcional de 4 ou 8 ohms, já incluído no preço de retalho; os blocos adicionais, incluindo o de 16 ohms, podem ser adquiridos separadamente por cerca de 1000 euros cada.

O WE91E utiliza dois tríodos 300B (um por canal) no andar de potência.

O WE91E utiliza dois tríodos 300B (um por canal) no andar de potência.

Dupla potência

O WE91E utiliza dois tríodos 300B (um por canal) no andar de potência e um par complementar de ECC81 no andar de prévio. Tanto as minúsculas ECC81 como as 300B estão montadas à vista no convés aberto, sendo as 300B protegidas por chaminés cilíndricas de vidro com a parte superior coberta por uma malha metálica.

Um microprocessador controla o aquecimento dos filamentos e ajusta automaticamente a corrente de polarização de cada vez que o amplificador é ligado, eliminando a necessidade de ajustes manuais. E a polaridade da tensão de filamento das 300Bs é também invertida para assim prolongar a vida útil das válvulas.

A tecnologia patenteada SCCS (Steered Constant Current Source) da Western Electric, ou fonte de corrente de alimentação paralela constante, levou cinco anos a desenvolver.

Nesta topologia de alimentação paralela aperfeiçoada, o sinal de áudio é separado da tensão de polarização DC. O transformador de saída é acoplado à placa do tríodo 300B, permitindo apenas a passagem de corrente alternada (CA) e bloqueando a corrente contínua (CC). Isso ajuda a remover a tensão de polarização DC do transformador, eliminando distorções magnéticas. O resultado é um sinal de áudio mais limpo.

Além disso, permite utilizar transformadores mais pequenos e mais simples, sem intervalo de ar (gap) no núcleo, como os toroidais aqui utilizados, mas que já é necessária nos transformadores laminados (mais pesados) para lidar com a corrente DC.

O SCS (Fonte de Corrente Estabilizada) fornece uma corrente constante à válvula e ao transformador de saída, garantindo um funcionamento mais estável. Além disso, ao reduzir a corrente da válvula, logo a dissipação, também aceita que mais potência seja aplicada à carga sem sobrecarregar a válvula, resultando numa potência de saída em Classe A que é mais do dobro dos 8-10W convencionados para as 300B.

Após as etapas iniciais de aquecimento e ajuste de polarização, o visor muda para vuímetros verticais para indicar a potência de saída, mostrando também a fonte selecionada.

Após as etapas iniciais de aquecimento e ajuste de polarização, o visor muda para vuímetros verticais para indicar a potência de saída, mostrando também a fonte selecionada.

Espírito de Comunicação

Sempre que se liga o WE91E, este exibe primeiro a Boot Image, o logo da WE "Spirit Of Communication" 8ver foto de capa), também conhecido como "Golden Boy", criado em 1914 por Evelyn Beatrice Longman para a AT&T, como símbolo da companhia. Depois faz uma contagem decrescente de 30 segundos para o aquecimento; seguindo-se mais 30 segundos para o ajuste de polarização.

O microcontrolador faz o ajuste automático utilizando um codificador digital para recolher amostras da tensão e corrente da placa antes de ajustar a tensão da grelha para o valor adequado. Realmente engenhoso! Após as etapas iniciais de aquecimento e ajuste de polarização, o visor passa a exibir vuímetros verticais para indicar a potência de saída, mostrando também a fonte selecionada.

Audição na Imacustica: colunas  DeVore Fidelity O/96 (um casamento perfeito) com uma seleção de fontes highend: dCS Bartok Apex e o Innuos Statement.

Audição na Imacustica: colunas DeVore Fidelity O/96 (um casamento perfeito) com uma seleção de fontes highend: dCS Bartok Apex e o Innuos Statement.

Contexto auditivo

Atenção: os resultados que se seguem só são possíveis com o WE91E a alimentar colunas de elevada sensibilidade e/ou com impedância nominal de 8 ohms estável, como as Devore Fidelity (pode utilizar cornetas, claro).

Tive a oportunidade de ouvir o WE91E em dois contextos diferentes. Primeiro, numa sala de audição bem tratada na Imacustica, o distribuidor oficial em Portugal, conduzindo um par de colunas  DeVore Fidelity O/96 (um casamento perfeito) com uma seleção de fontes highend: dCS Bartok Apex e Innuos Statement.

Logo ali, fiquei seduzido pelo som das 300B. O WE91E demonstrou possuir as já esperadas características de calor harmónico, exuberância tonal e detalhe intrínseco típicas de um amplificador single-ended valvulado com 300B. Como previa, foi o desempenho de gama média que me proporcionou sobretudo a experiência de audição realista e envolvente, ao reproduzir vozes e instrumentos acústicos com uma qualidade orgânica que é difícil de replicar com outros tipos de amplificadores.

Contudo, o WE91E também demonstrou um surpreendente controlo e articulação das frequências graves (para um SET, claro), bem como um nível de extensão das altas frequências que contraria o habitual excesso de ‘doçura’das válvulas Ora, não me lembro de ter ouvido isto com qualquer outro amplificador single-ended com válvulas 300B.

É notável como um frágil amplificador de "tubos de vácuo" de apenas 20W pode reproduzir esta sensação tão extraordinária de "ar fresco" que só se experimenta ao vivo.

Respire o ar fresco

O WE91E é incrivelmente bom a discriminar o ‘ar fresco’ de um concerto ao ar livre do ‘ar saturado’ tipicamente associado a salas de concertos fechadas. Isto foi claro para mim ao ouvir o CD "Concerto Em Lisboa" de Mariza, um concerto ao vivo realizado ao ar livre, em 2006, junto à torre de Belém.

O WE91E conseguiu reproduzir os detalhes mais ínfimos desta atuação ao vivo de Mariza. Ouvem-se até as moléculas de ar transportando a energia daquela parte do público que estava mais longe do palco. Quero eu dizer com isto que se ouve também distintamente a presença das pessoas a assistir 'lá ao fundo'. Claro que isto é competência do engenheiro de som, mas o WE91E faz justiça ao seu trabalho. Eis uma experiência empolgante - de tipo 'encontro imediato' - que permite ao ouvinte sentir-se parte integrante de uma multidão totalmente absorvida pela música.

Catarse colectiva

Assisti a este concerto ao vivo, que foi uma verdadeira catarse coletiva, com milhares de pessoas a chorar lágrimas de felicidade e tristeza, saudade e amor. E testemunhei como uma multidão anónima partilhou emoções como uma única família unida a celebrar a bênção divina - ou, diria melhor, a maldição - de ser português, que emana do fado.

Para vos dar um "vislumbre" daquilo que estou dizer, gravei este vídeo "ao vivo na sala" com Mariza cantando "Chuva" do mesmo álbum.

Investimento que vale a pena

Esta capacidade extraordinária de transmitir eficazmente, tanto a emoção espiritual como a sensação de espaço físico, é uma prova do desempenho excecional do WE91E, que transcende os limites das experiências de audição convencionais, criando um ambiente imersivo e inclusivo para o ouvinte.

Estojo de acessórios do WE91E

Estojo de acessórios do WE91E

Ouvir em casa

Em casa, utilizei um HiFi Rose RS520 para fonte de streaming e um leitor de CD/SACD Oppo como fonte digital; e liguei o WE91E a um par de altifalantes DeVORE O/micro (ler teste aqui).

Felizmente, o Manuel Dias já tinha instalado as 300B no WE91E, o que foi um alívio para mim, pois para o fazer teria sido necessário desmontar os cilindros de vidro de proteção, um risco que prefiro evitar. Portanto, tudo o que precisei de fazer foi ligar os cabos e fixar a antena Bluetooth.

Eu já abandonei o campo analógico há muito. Antes mesmo de o mundo descobrir com consternação que o LP era afinal um agente duplo que trabalhava disfarçado para o lado negro do império digital. Portanto, não; eu não ouvi nenhuma fonte analógica, apenas digital. Não tenho assim nada a dizer sobre o desempenho o andar de Phono do WE91E, desculpem lá.

Inicialmente, emparelhei o meu Samsung Galaxy S23 Ultra para transmitir música via Bluetooth, e mais tarde explorei a minha coleção de CD e SACD, bem como ficheiros de alta resolução de Tidal e Qobuz.

Com Bluetooth, notei uma 'rarefação do ar' e um 'arredondamento' das altas frequências, que até soou agradável. Admito que gostei de ouvir Bluetooth em sessões informais de escuta diárias. E funcionou sempre sem qualquer falha. Mas, claro, foi com CD e ficheiros de alta resolução que o WE91E justificou a sua fama e o meu proveito.

Afinidades eletivas: Western Electric WE91E e DeVORE Fildelity micr/O.

Afinidades eletivas: Western Electric WE91E e DeVORE Fildelity micr/O.

Impressões auditivas finais

Miles Davis, Kind of Blue

A riqueza harmónica e o calor tonal das 300B captaram na perfeição o âmago e a emoção de cada instrumento, realçando as diferentes texturas: da trompete de Davis ao saxofone de Coltrane e ao piano de Evans. Este amplificador aparentemente frágil trata tão bem a dinâmica e o timing que a milésima audição soou tão fresca como a primeira.

Led Zeppelin, 'Whole Lotta Love'

Os riffs eletrizantes de 'Whole Lotta Love' ecoaram na sala, deixando bem claro que o Western Electric 91E consegue lidar facilmente até mesmo com a música rock mais exigente. Os acordes poderosos da guitarra de Jimmy Page foram reproduzidos com energia crua (leia-se distorção controlada), enquanto o trovejar sincopado da bateria de John Bonham ressoava com autoridade e energia, apesar do tamanho diminutivo das DeVORE O/micro. Os registos médios são excecionais, o que permitiu a Robert Plant levantar a voz sem nunca ser ofuscado pelo resto da banda. O WE91E provou que pode trazer a excitação e o impacto visceral de um concerto de rock diretamente para a sua casa.

Betty LaVette, 'You Don't Know Me At All'

Em "You Don't Know Me At All”, do álbum "The Scene of the Crime", a interpretação de Betty LaVette atinge uma profundidade emocional inaudita. A voz áspera de LaVette é reproduzida com intimismo e realismo incríveis, pelo que parecia que ela estava ali mesmo de coração nas mãos. Os instrumentos da banda de apoio soaram sempre bem definidos e equilibrados, com o amplificador a exibir sem pudor os golpes ‘bluesy’ das guitarras e as linhas de baixo que sustentam a faixa. As micr/O só vacilaram no departamento da extensão, mas nunca na definição e articulação.

Van Morrison, "Astral Weeks"

O universo onírico e poético, criado por Van Morrison em "Astral Weeks", foi entregue intacto ao domicílio pelo Western Electric 91E e pelas DeVORE micr/O. As melodias populares e os arranjos complexos foram apresentados com excelente pormenor, permitindo que cada instrumento respirasse naturalmente. A voz inconfundível e envolvente de Morrison transmitiu toda a crueza emocional e introspetiva das letras. O palco sonoro amplo do WE91E e a definição da imagem contribuíram para uma experiência de escuta cativante e intimista.

Jethro Tull, "Aqualung"

"Aqualung”, a obra-prima de rock progressivo dos Jethro Tull, foi reproduzida com claridade e energia impressionantes. As linhas melódicas da flauta, o trabalho complexo das guitarras e todos os arranjos mantiveram a clareza, o impacto e o ritmo original. A voz poderosa de Ian Anderson elevou-se sem esforço acima da mistura, com o WE91E a garantir um excelente equilíbrio entre o vocalista e os vários elementos instrumentais. Muito agradável.

Joyce DiDonato, “Stella Di Napoli”

A amplitude vocal e a entrega de corpo e alma de DiDonato resultaram numa sensação de clareza e presença surpreendentes - cada nota, uma carícia. O WE91E tratou o sumptuoso acompanhamento orquestral, as complexas harmonias e as variações dinâmicas de forma magistral. A experiência de audição foi simplesmente de cortar a respiração e demonstrou a capacidade do amplificador para transmitir também o drama e a emoção da música de ópera.

Conclusão

Com um preço de 21.000 euros, o amplificador integrado a Western Electric 91E pode não ser o amplificador SE a válvulas 300B mais acessível do mercado. Mas é um investimento que vale a pena para quem tem acesso a colunas de elevada sensibilidade, valoriza a intangibilidade e a subjetividade da experiência auditiva e, claro, aprecia a arte audiófila. Por conseguinte, recebe uma forte recomendação do Hificlube.

Western Electric 91E

Preço: 21.000 euros

Distribuidor: IMACUSTICA

WE91E Golden Boy

As WE300B custam 1500 euros por par emparelhado e têm uma garantia de 5 anos

WE91E - painel traseiro

O WE91E utiliza blocos de comutação de impedância, com base em pequenos transformadores toroidais, concebidos para uma única carga específica: 4, 8 ou 16 ohms.

O WE91E utiliza dois tríodos 300B (um por canal) no andar de potência.

Após as etapas iniciais de aquecimento e ajuste de polarização, o visor muda para vuímetros verticais para indicar a potência de saída, mostrando também a fonte selecionada.

Audição na Imacustica: colunas DeVore Fidelity O/96 (um casamento perfeito) com uma seleção de fontes highend: dCS Bartok Apex e o Innuos Statement.

Estojo de acessórios do WE91E

Afinidades eletivas: Western Electric WE91E e DeVORE Fildelity micr/O.


Delaudio950x225
Publicidade