Em estreita colaboração com a Sarte Audio (Espanha), distribuidora ibérica da JBL, a Imacustica montou um espetáculo de som JBL ao vivo nos seus 3 auditórios (e de som/imagem na sala de cinema), que decorre ainda hoje e amanhã (19/20 de Novembro) para convidados e público em geral.
Fui lá, claro. A JBL é uma marca americana icónica, que faz parte da minha vida. E não só da minha faceta audiófila mais mediática, da minha juventude também, quando eu aproveitava folgas escolares para as ir ouvir à Valentim de Carvalho, ou eram utilizadas para ‘abrilhantar’, como se dizia nos folhetos publicitários da altura, inocentes bailaricos com música rock a abrir, para desespero da vizinhança e queixas dos mais velhos.
A JBL pertence agora ao Grupo Harman que em boa hora se converteu ao ‘revivalismo’, produzindo ‘remakes’ de grandes êxitos dos anos 60/70 com grande sucesso, pois há um público ávido de voltar a experimentar sensações do passado com produtos que nunca esqueceram.
JBL atrai novos clientes
Manuel Dias, da Imacustica, revelou-me que a JBL tem recuperado para os meios audiófilos pessoas que nunca viu entrar antes nas suas lojas de Lisboa e Porto:
Houve mesmo um cliente, até agora desconhecido, conta-nos Manuel Dias, que viu na montra um par de JBL L52 Classic, com grelhas cor de laranja, entrou e comprou-as logo ali, sem sequer as ouvir. Era como se já as conhecesse há muito tempo – e de facto, assim era, porque são a nova versão de um modelo com 50 anos...
Nota: participe no Sorteio de Natal da Imacustica para ganhar um par de JBL L52 Classic.
Recentemente, testei para o Hificlube o Streaming Amplifier JBL SA750, ‘Revivalismo Futurista’, que é a versão moderna do clássico SA600.
O mesmo se passa no departamento das colunas de som JBL, com praticamente todos os modelos dos anos 60/70 e posteriores a serem ‘ressuscitados’, mantendo muito do design e características acústicas do original, mas recorrendo a novos altifalantes, acessórios e componentes elétricos.
O som JBL é inconfundível: vivo, aberto, com elevado contraste dinâmico e grave sólido, tenso e intenso, nos antípodas do chamado ‘som BBC’, que na mesma altura era o proposto pelos fabricantes britânicos neste lado do Atlântico.
Mas quem viveu os anos dourados do rock não troca por nada o som americano mais cru e mais excitante.
É isto que as pessoas procuram agora: a excitação que sentiam ao ouvir LPs de rock puro e duro – e não só - na sua juventude.
Foi isso que as JBL Everest me deram: um banho de rejuvenescimento.
JBL Everest 67000
As Everest 66000 originais são de 1983, e inspiradas nas mastodônticas Paragon, de 1957, nos primórdios do som estereofónico, sendo as primeiras a utilizar o princípio de difusão controlada de Richard Ranger.
As novas Everest 67000 mantiveram o excelente casamento do grave de radiação frontal (com carga por reflex) servido por dois woofers de 380mm, mas bandas de trabalho diferentes, com cornetas de carga e difusão bi-radial para o médio-agudo e para o agudo, mas utilizando agora as mais avançadas tecnologias, como as unidades de compressão de médio agudo de 100 mm e o super tweeter de 25mm, ambos em berílio, com frequências de corte aos 150Hz, 850Hz e 20kHz; além da possibilidade de bicablagem.
As Everest 67000 são extremamente sensíveis (96dB 1w/1m) mas gostam de ser alimentadas por amplificadores poderosos.
E por acaso ou cortesia, pois já testei e conheço bem a eletrónica Dan D’Agostino utilizada (basta clicar sobre os modelos para aceder aos testes que publiquei na revista HifiNews), a Imacustica acolitou-as com os Progression Preamp e Progression Monoblocks.
Na linha da frente, a fonte digital dCS One e analógica Air Force Three.
Art Déco
Tanto no design como no som, as JBL Everest não são consensuais. Mas há quem adore a inspiração Art-Déco, assim como também há quem, depois de as ouvir, ache todas as outras colunas chatas e sensaboronas.
…Everest é o mais próximo que vai encontrar de um PA doméstico…
Se anda à procura de neutralidade e subtileza, esqueça. A Everest é o mais próximo que vai encontrar de um PA doméstico: incrível ataque, contraste dinâmico, velocidade, projeção poder e total ausência de stress, mesmo a níveis de concerto ao vivo.
Ouvidos mais sensíveis poderão confundir ataque com dureza ou agressividade. Mas é assim que a música rock soa ao vivo: dinâmica!
Altius, Citius, Fortius
Caramba, as Everest tocam mais alto, mais longe e mais forte que um atleta olímpico: altius, citius, fortius.
…o poder das Everest é visceral, literalmente, porque em várias ocasiões senti as vísceras a dançar…
Ao contrário do agudo, cuja extensão é aparentemente ilimitada, o grave não desce mais que os 30Hz, mas o poder das Everest é visceral, literalmente, porque em várias ocasiões senti as vísceras a dançar ao ritmo do pedal da bateria e do rosnar do baixo, com Rudy, dos Supertramp, por exemplo.
A imagem é excecionalmente focada e estável, com perfeita visão do ‘interior’ das misturas de estúdio. Nada lhes escapa: nem um fio de cabelo.
Guilhermino Pereira dá banho de rejuvenescimento a JVH
Guilhermino Pereira veio do Porto municiado com alguns LP dos anos 60/70 da sua vasta coleção e, ao ouvir os Sheiks a cantar ‘Missing You’, senti-me de novo um adolescente a dançar com a namorada no baile dos Bombeiros Voluntários, ao som de um dos mais famosos grupos musicais da época, que tinha na sua formação Carlos Mendes e Paulo de Carvalho (as vozes que se ouvem na vídeo abaixo, que foi registado diretamente no auditório da Imacustica).
…senti-me de novo um adolescente a dançar com a namorada no baile dos Bombeiros Voluntários…
All my dreams are finished
I think that I'm gonna perish
Just because
I'm missing you, oh, oh
É esta capacidade para nos fazer viajar no tempo e voltar a viver experiências que marcaram o nosso imaginário musical, que justifica uma visita ao Auditório Principal da Imacustica.
A cereja no bolo (segunda faixa do vídeo), foi I Put a Spell On You, dos Creedence Clearwater Revival, assim mesmo cru, puro e duro, com a ‘abençoada’ distorção benigna dos amplificadores de guitarra Marshall a válvulas, que tornavam cada audição numa experiência galvanizante.
Nota: Como é norma nos nossos vídeos, a imagem (em 4K) e o som (94/24) são registados em separado, com o microfone colocado na sweet spot em posição estática, para evitar problemas de fase com o movimento da câmara do smarthpone. É por isso que não vai ver o disco a girar no prato. Mas a gravação do som foi feita 'ao vivo' diretamente das Everest. A qualidade de som, que já não é famosa no LP original, é apenas ilustrativa - e não representativa - do som real das Everest. E o algoritmo de compressão e normalização do YouTube também não ajuda. Sorry, mas vai mesmo ter de lá ir ouvir pessoalmente...
Esqueça os preconceitos audiófilos e deixe-se levar pelo som selvagem, excitante e inesquecível das JBL Everest: They put a spell on you.
JBL para todos os gostos (e preços)
Para acalmar da excitação das Everest, passe pelos outros dois auditórios para uma sessão de chill out.
Auditório 2
No Auditório 2, um par de JBL S4700 tocava ‘Boleros’ acompanhado por dois componentes de eleição bem nossos conhecidos:
Auditório 3
Finalmente no Auditório 3, a forma mais económica (e clássica) de levar o som JBL para sua casa:
JBL L100 Classic 75ºAnniversary, com amplificação Audio Analogue.
O JBL Road Show 2021 vai continuar hoje, Sábado, 20/11, na loja da Imacustica-Lisboa. Absolutamente a não perder. E ainda apresenta um espetáculo de Cinema em Casa, também com colunas JBL, ao qual, hélas, já não tivemos tempo para assistir.