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2004

O Carteiro Toca Sempre Duas Vezes



Admito que muitos dos acessos são feitos a partir do estrangeiro, com os EUA em segundo lugar destacado, logo depois de Portugal, seguindo-se a Dinamarca, França, Japão, Suécia (as posições variam com as novidades), num conjunto de mais de 30 países, que incluem a China, vários países árabes (com os Emiratos à frente) e até a Rússia, Filipinas e Indonésia!...


Surpreendentemente, o Brasil, onde se fala a mesma língua, tem uma participação reduzida, embora o Hificlube tenha links directos em dois dos mais cotados fóruns do país irmão: Audiodicas e Hi Fi Audio List. E a minha supresa é tanto maior quanto os meus textos são, ao contrário do Brasil, muito provavelmente lidos em todos os países referidos em «tradução livre» do Google para «inglanês».


A não ser que, tal como eu, eles gostem não só de se informar, em especial quando o Hificlube apresenta em primeira mão exclusivos mundiais, como foi o caso da apresentação das Sonus Faber Stradivari e, mais recentemente, das BW Nautilus New 800 Series (record de acessos), mas também de se divertirem um pouco.



De facto, as traduções são por vezes tão disparatadas que até dão vontade de rir. Logo eu, que tenho tanto cuidado para que os textos estejam redigidos num português escorreito. Não é por acaso que, de vez em quando, escrevo em inglês directamente, para que os leitores estrangeiros comparem a qualidade da escrita com as «traduções googlianas».



Ora vejam estes exemplos reais de traduções «Google» de excertos da reportagem BW Nautilus New 800 Series/Londres 2004 :


Em Português:


No pavilhão Egípcio, mais do mesmo: uma múmia nua, Ginger de seu nome, por ter cabelos ruivos por acção da areia do deserto, que parecia um arenque fumado (argh!), estátuas monumentais de príncipes e faraós, túmulos e sarcófagos, com e sem recheio mumificado, hieróglifos e escrita cuneiforme (até a famosa Rosetta Stone, a pedra negra que ajudou Champollion e Thomas Young a descodificar a escrita egípcia lá está!), tudo muito bem explicado pela nossa diligente professora: «Gato em egípcio antigo, por exemplo, escrevia-se miaaoou seguido da figura do gato...». Ai, que giro!



Em Inglanês googliano:



In the Egyptian pavilion, more of exactly: a naked múmia, Ginger of its name, for having ruivos hair for share of the sand of the desert, that seemed a smoked herring (argh), monumental statues of princes and faraós, tombs and sarcófagos, with and without filling mumificado, hieróglifos and cuneiform writing (until the celebrity Rosetta Stone, the black rock that helped to Champollion and Thomas Young to descodificar the Egyptian writing is there), everything very explained well by our diligent teacher: 'Cat in old Egyptian, for example, wrote itself miaaoou followed of the figure of the cat...'. Ai, that funny!


Em Português:



Antes da longa palestra de apresentação do Dr. Gary Geaves (e ainda dizem que em Portugal é que são todos doutores) no auditório do museu, mais um beberete, com todas as colunas da nova série 800 em exposição estática e as 801 alimentadas por um Classé a dar música de fundo: champanhe e azeitonas, lá como cá servidos por gentis imigrantes de Leste, e a oportunidade para passear o copo, conversando e trocando impressões com os anfitriões e outros convidados avulsos.



Em Inglanês googliano



Before the long lecture of presentation of the Dr. Gary Geaves (and still they say that in Portugal it is that they are all doctors) in the audience of the museum, plus one beberete, with all the columns of new series 800 in static exposition and the 801 fed by a Classé to give music of deep: champagne and olives, there as served here for gentile immigrants of East, and the chance to walk the cup, talking and changing to impressions with the hosts and other doubtful guests.


Quando leio coisas destas, apetece-me traduzir para Inglês de lei todos os meus textos, não vão os leitores estrangeiros pensar que escrevo assim em Português ou acusar-me até de difamação: esta de traduzir «convidados avulsos» por «doubtful guests» é forte...


Ora, isto não anda muito longe de «sacar» os frisos dos Parténon e colocá-los num contexto diferente...



YOU'VE GOT MAIL



Quanto aos emails, admito que grande parte são pedidos de esclarecimento do tipo; «Tenho 1 000 euros para gastar. Compro isto ou aquilo?». Mas há também muitos comentários, elogios, sugestões e autênticas «cartas de amor» (honi soit...) que, por vezes, me deixam orgulhoso quando não mesmo comovido.



Porque não os publico?



Sempre achei que só podia publicar quando houvesse um autorização expressa do remetente. Dizem-me agora que não. Que é o contrário, como a recolha de orgãos para transplante: só não posso publicar se houver uma proibição expressa, desde que não revele nem o nome completo nem o endereço do remetente.



Sendo assim, o «Correio» vai ganhar dinamismo a partir de agora, embora me abstenha de publicar emails na integra ou que não tenham interesse geral. E escrevam sempre, nem que seja para dizer mal. Os emails dos leitores são o único «feedback» que soa como música aos meus ouvidos...



Nota: Os leitores que não pretendem ver os seus emails publicados devem manifestar esse desejo no próprio email.


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