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Reviews Testes

Meze Audio Empyrean – doce solidão auditiva

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Passei mais tempo a ler os testes dos meus ilustres colegas que a ouvir os Meze Empyrean. Vieram a acompanhar o duo Hugo2/2GO, que utilizei para os ouvir, e ainda mal os tinha tirado da mala de alumínio preto, o JLM telefonou-me: JVH, desculpe, mas é o único par disponível e preciso deles...

Eu sou da opinião que os clientes têm sempre razão, sobretudo quando estão disposto a pagar 3 mil euros por um par de auscultadores. Mas e os críticos internacionais: também têm todos razão, quando dizem que não há nada que se lhes compare??

Ecos de uma audição breve

Só ouvi os Empyrean durante menos de uma semana, pelo que isto não é bem um teste, é antes uma análise preliminar (o teste ficou prometido para mais tarde, quando - e se - houver disponibilidade de ambas as partes).

Aliás, que posso eu acrescentar de novo ao muito que já foi escrito sobre os Meze Empyrean?

Ainda se eu escrevesse em inglês, ou assinasse Joe Henry, isso sim podia ser motivo para profusas citações e partilhas nas redes sociais. Paradoxalmente, são ‘eles’, os tais críticos e editores internacionais, que me convidam para escrever nas revistas deles, na língua deles. Mas, enfim…

Nunca testei uns auscultadores para a Hi-Fi News, mas testei, por exemplo, os Hifiman HE1000, que são concorrentes directos dos Empyrean (agora na versão V2 SE), para a Hifi Critic, de Paul Messenger e Martin Colloms.

…os Empyrean são, provavelmente, os auscultadores mais equilibrados do mercado, tanto em termos de relação qualidade-preço, como de equilíbrio tonal…
Os Meze Empyrean são uma obra de arte industrial e... acústica.

Os Meze Empyrean são uma obra de arte industrial e... acústica.

Assim, sou apenas mais um a associar-se modestamente à unanimidade, eu diria mesmo, ao unanimismo: os Empyrean são, provavelmente, os auscultadores mais equilibrados do mercado, tanto em termos de relação qualidade-preço (apesar de muito caros, são uma obra de arte industrial) como de equilíbrio tonal (graves, médios e agudos constituem um todo coerente e bem-temperado, que não precisa sequer de ajustes finos nos extremos de frequência, e têm uma gama-média cremosa que lembra a das Magnepan).

Alguns são tão bons, ou melhores, nesta ou naquela área, mas nenhum é igualmente bom em todas as áreas, como os Empyrean.

E digo provavelmente, porque não os ouvi a todos. Mas ouvi muitos. E alguns são tão bons, ou melhores, nesta ou naquela área (a largura do palco e a transparência geral, por exemplo; e são talvez um pouco escuros: on the dark side of neutral), mas nenhum é igualmente bom em todas as áreas, como os Empyrean, sobretudo no poder, impacto e extensão do grave, onde nem mesmo os melhores dinâmicos lhes fazem sombra. E, quanto à construção – nem se fala…

…os Empyrean são auscultadores para todas as estações e não apenas para os dias de sol da música clássica, como alguns electrostáticos: reproduzem pop, funk, rock, rap e techno com tremenda visceralidade…

Estes são auscultadores para todas as estações, e não apenas para os dias de sol da música clássica, como os electrostáticos: reproduzem pop, funk, rock, rap e techno com tremenda visceralidade. E jazz e clássica com profundo discernimento tímbrico, requinte harmónico e uma luminosidade interior, que nunca ofusca antes seduz e conforta a alma.

As vozes são tratadas com respeito e humanidade, não como caricaturas de si próprias. A ambiência nunca é exagerada, é aconchegante, morna; o ar não é rarefeito, embora tenha uma densidade natural que, não sendo tão leve e oxigenada como a dos Hifiman (mais abertos, mas mais incisivos), nem tão neutra como a dos Focal Utopia (que soam secos, por comparação), se respira com prazer por longos períodos.

…a ambiência nunca é exagerada, é aconchegante; o ar não é rarefeito: tem uma densidade natural…

Com as almofadas de pele, o isolamento é tão perfeito que se cria uma espécie de vácuo em redor das orelhas, e o som resultante é mais neutro; com as almofadas de camurça o isolamento já não é tão estanque, e o som ganha mais corpo e um grave mais cheio mas menos recortado, que faz lembrar os Audeze LCD4 (que soam pesados, por comparação). Experimente ambas.

Os 28 magníficos críticos

Meze Empyrean - beleza estética e acústica

Meze Empyrean - beleza estética e acústica

Nos 28 (!) testes (disponíveis na página da Meze Audio) há de tudo: desde Rafe Arnott (InnerFidelity), que escreve, em jeito de soundbyte, por certo já a pensar na citação publicitária: ‘daqui a 20 anos, ainda se vai falar deles…’; ao meu exigente colega Paul Miller (Hi-Fi News), que no relatório laboratorial escreveu:‘o pico aos 2,5kHz não é suficientemente alto para o que se convencionou ser um equilíbrio tonal neutro; ou Ricky Kovacs, da Moon Audio, que só se rendeu, quando substituiu os cabos de origem pelos cabos Dragon que ele próprio comercializa (é o que se chama um ‘crítico’ com agenda própria…): ‘The Empyreans are a great pair of headphones on their own but combined with a Silver Dragon cable they are a true end game audio solution’.

De resto, até segundo o protocolo olímpico de que a nota mais alta e a mais baixa não contam, o colectivo de juízes foi unânime: os Empyrean são claros candidatos à medalha de ouro. E, acrescento eu, não só na categoria isodinâmica – em todas as categorias!

Eu dou um 9+ e só não levanto a bandeirinha com o 10, porque achei que precisamos ambos de mais horas: eu de audição, eles de ‘queima’. Os isodinâmicos soam melhor ao fim de 100 horas de exercício acústico. Mesmo ‘a frio’, percebe-se bem porque são já considerados atletas de eleição e são também os mais medalhados de todos os tempos  - tudo em tão pouco… tempo.

…até segundo o protocolo olímpico, no qual a nota mais alta e a mais baixa não contam, os Empyrean são claros candidatos à medalha de ouro…

Mas o que seriam os jogos olímpicos sem competidores à altura? Nas páginas do Hificlube (Reviews/Testes) ou nos ‘Artigos Relacionados’ (em baixo), podem ler muitos testes a outros grandes atletas das equipas Audeze, Focal, Hifiman, Mr.Speakers, Oppo, que não deixaram de o ser, só porque os Empyrean estão hoje no pico de forma e de fama.

Meze Audio with love from Romania

Rinaro MZ3: o diafragma de padrão híbrido entre a dupla estrutura magnética push-pull e as placas de protecção e sustentação.

Rinaro MZ3: o diafragma de padrão híbrido entre a dupla estrutura magnética push-pull e as placas de protecção e sustentação.

Os Empyrean são a magnum-opus de Antonio Meze, um engenheiro industrial romeno, com gosto pela música e pela arte, que se associou ao grupo ucraniano Rinaro, especialista em painéis isodinâmicos (planar-magnéticos).

Meze criou a forma (a estrutura em alumínio sólido e os auriculares ovais com grelhas estilizadas), a Rinaro o conteúdo (a unidade isodinâmica MZ3).

Rinaro MZ3 isodynamic Hybrid Array Driver

Rinaro MZ3 isodynamic Hybrid Array Driver

As ‘cordas vocais’ do MZ3 são diferentes de toda a concorrência. Em lugar de estarem dispostas em fiadas paralelas, verticais ou horizontais, entre as placas que suportam a estrutura magnética, apresentam-se em forma de labirinto (graves) e em espiral (médios e agudos), daí a designação de híbrido, porque ao contrário dos o’Bravo, por exemplo, não utilizam dois tipos de transdução diferente: são planar magnéticos puros! 

A estrutura é suportada por uma haste dupla em fibra de carbono, com uma cabeceira larga em cabedal que assenta confortavelmente (no Verão, talvez não tanto, pois não tem orifícios para respirar) sobre a cabeça (a careca, no meu caso), enquanto as almofadas em pele (ou camurça) nos acariciam, envolvendo as orelhas num afago musical. As almofadas são fixadas pela força magnética das placas do painel isodinâmico. Genial.

Até há uma versão vegan, para quem se sente incomodado com a utilização de peles de animais…

A mala negra secreta da Meze Audio: um par de Empyrean, um par de almofadas extra e 3 tipos de cabos.

A mala negra secreta da Meze Audio: um par de Empyrean, um par de almofadas extra e 3 tipos de cabos.

As grelhas de alumínio rendilhado, com design bizantino (anodizadas a negro na versão Jet Black, ou em cor de cobre), contribuem, e muito, para a auréola de produto de luxo, que chega às suas mãos, numa mala negra de alumínio, que mais parece um adereço de um filme de James Bond.

Meze Empyrean: um objecto de arte e de desejo. O fogo de artifício é apenas de celebração, pois os Empyrean são sóbrios e requintados.

Meze Empyrean: um objecto de arte e de desejo. O fogo de artifício é apenas de celebração, pois os Empyrean são sóbrios e requintados.

Veja em baixo o vídeo The CNC process of the Empyrean, que vale mais que mil palavras:

A técnica do copy paste

A descrição técnica e das opções de design, disponível na página da Meze Audio, é longa e pormenorizada, e foi lá que foram beber todos os críticos que me antecederam – sem excepção. Muitos limitaram-se a fazer copy-paste (a vantagem de publicar em inglês).

Não admira, pois, que as 'reviews’ sejam todas semelhantes, variando apenas – e mesmo assim pouco - na avaliação subjectiva, com base em audições pessoais. A minha descrição não seria, portanto, muito diferente, porque tem como base a mesma informação. Poupo, pois: os leitores, ao copy-paste; e a mim, ao trabalho de traduzir.

Antonio Meze ao vivo

Permita-me, então, que seja o próprio Antonio Meze a apresentar a sua notável obra, num vídeo do gabinete de imprensa da HighEnd Society, disponível no You Tube. E pensar que eu falhei esta exibição da Meze Audio, no Highend 2018...

Conclusão preliminar

Os Meze Empyrean são os melhores auscultadores do mundo? É provável que sim. Hoje. Amanhã, não sei. Muito menos ‘nos próximos 20 anos…’. Voltamos à eterna discussão: Messi ou Ronaldo? Híbridos ou dinâmicos full range? Electrostáticos ou isodinâmicos? Fechados ou abertos?

Mas eu gostava (muito) de ter um par de Empyrean, o que diz muito da excelente impressão que deixaram, em tão curto espaço de tempo, na memória de um crítico (escrevo, hélas, na ausência deles) que já não embandeira em arco por dá cá aquela palha…

 

Hugo2 2GO Meze Empyryan fireworks (2)

Os Meze Empyrean são uma obra de arte industrial e... acústica.

Meze Empyrean - beleza estética e acústica

Rinaro MZ3: o diafragma de padrão híbrido entre a dupla estrutura magnética push-pull e as placas de protecção e sustentação.

Rinaro MZ3 isodynamic Hybrid Array Driver

A mala negra secreta da Meze Audio: um par de Empyrean, um par de almofadas extra e 3 tipos de cabos.

Meze Empyrean: um objecto de arte e de desejo. O fogo de artifício é apenas de celebração, pois os Empyrean são sóbrios e requintados.


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