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Editorial

Faleceu José Júdice

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Soube agora com pesar, por um amigo comum, Rui Calado, que José Júdice faleceu no dia 31 de Julho. A notícia foi como um golpe na memória de um amigo audiófilo de longa data.

Recentemente, faleceu também João Cancela. Quando os amigos de uma geração partem, é sinal que estamos demasiado perto do fim.

O Júdice fundou comigo e com o Jorge Gonçalves a revista Audio. Mas a nossa relação começou muito antes. Era meu leitor na revista Imasom, e telefonava-me aos sábados de manhã para discutir temas audiófilos durante horas.

O Júdice era um conversador nato. Discreto e apagado, pelo menos na aparência, brindava-nos, contudo, assim do meio do nada, com lampejos da sua mente brilhante. Tinha dois cursos superiores, porque sim.

O seu cérebro tinha a capacidade de processar vários temas simultaneamente, e por isso podia parecer distraído e desinteressado, mas nunca perdia o fio à meada de uma boa conversa, e surpreendia-nos com argumentos sofisticados e irrefutáveis, como se os fosse buscar a uma bolha de pensamento próprio, cujo mecanismo estava para além da compreensão imediata do interlocutor.

Odiava o confronto. Era um intelectual pacifista. Preferia anuir com gestos tímidos a esgrimir com palavras duras. Talvez por isso a morte o tenha enganado. Descansa em paz, amigo Júdice.

À família, à Ultimate Audio Elite e aos amigos, na minha pessoa e na de Pedro Henriques, o Hificlube expressa aqui a dor pelo seu desaparecimento e apresenta as suas sentidas condolências.

Judice 2


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