O High End é um certame gigantesco. Conseguir visitar todos os expositores para encontrar os novos modelos das marcas representadas em Portugal por um determinado distribuidor é um trabalho hercúleo.
Se o leitor tiver seguido a nossa reportagem desde o primeiro dia, incluindo as fotos e vídeos que transmitimos em directo, cujos álbuns pode abrir no final do artigo, vai verificar que foram poucas as novidades que teremos deixado para trás.
É sempre possível encontrar na imprensa internacional algo que nos escapou, mas façam-nos a justiça de reconhecer que ninguém tem tanta informação visual sobre os produtos e tão diversificada como o Hificlube. E sonora também!...
Aqui e ali poderá haver mais informação sobre preços e especificações, o que é fácil, pois é normalmente fornecida em inglês e basta fazer copy paste, mas são poucos os que lhe permitem ter uma ideia razoável do som que se ouviu em algumas salas, para além da mera descrição, que é sempre subjectiva.
E se falhámos em algo de particular, contactem-nos e tentaremos encontrar porventura o que falta no nosso vasto arquivo de 600 fotos, 200 videos e 50 registos de som.
Como é óbvio, a nossa reportagem debruçou-se prioritariamente sobre os produtos à venda em Portugal e distribuídos pelas empresas que patrocinam o Hificlube, sem os quais a reportagem não seria possível.
Assim, abrimos a 'Selecção Nacional' com a colectânea do nosso principal patrocinador: IMACÚSTICA.

Dan D'Agostino Progression Integrated. Trata-se apenas de um protótipo (mock-up), só estará pronto em Agosto.
No caso da Imacustica, há um distribuidor na Alemanha que é representante comum de muitas das marcas. Assim, é relativamente fácil encontrá-las reunidas num mesmo local, como se pode ver no vídeo acima. Mas muitas das marcas faziam par com outras que não são distribuídas pela Imacústica em Portugal, caso das Magico, o que dá lugar a casamentos pouco usuais entre nós.
A exposição é feita em regime aberto, sem audições marcadas, apenas com música de fundo. A sala está bem iluminada, o que facilita a tomada de imagens fotográficas (ver Galeria) e os vídeos saem sempre bem e sem grão. Além disso, podemos falar com os fabricantes ou seus representantes, como foi o caso de Dan D'Agostino, que nos apresentou o futuro Progression Integrated, a única grande surpresa. Nota: pode ver a versão integral da apresentação no já referido álbum do Facebook de vídeos em directo.
Quanto à outras novidades, hoje em dia não há segredos, e já eram conhecidas mesmo antes do show abrir:

Dan D'Agostino Momentum Preamp HD. Veja a apresentação exclusiva para o Hificlube de Bill McKeegan no álbum de vídeos directos no Facebook.

O Audio Research S160 é a versão estéreo do M160. Utiliza 8 x KT 150 em grupos de quatro por canal. De resto não se distingue do irmão M à primeira vista, pois continua a ter as ‘agulhas’ virtuais no painel transparente frontal.


A Heritage Collection abriu com as Electa Amator III e prosseguiu agora com as Minima Amator II. É mais um pedaço de história da Sonus faber revisitado. Trata-se de uma monitora de 2-vias, com um médio-grave de 6 polegadas e ubíquo tweeter de cúpula de seda Damped Apex Dome. Os acabamentos são puro Sonus Faber: caixa de madeira sólida natural e pele, com terminais de grande qualidade. Só há uma forma de garantir o futuro – é não esquecer o passado. Paolo Tezzon garantiu-me que vai continuar a ressuscitar modelos da Sonus faber, menos um , porque o considera perfeito e por isso vai continuar a ser como é: Minima.

O Krell 300 i já tinha sido apresentado o ano passado, mas era só um mock-up. Como era, aliás, este ano o 300p, um andar de phono que permite fazer todos os ajustes a partir de comutadores no painel traseiro (ver foto em baixo).

Krell p300 (painel traseiro com os comutadores de ajuste)
Os restantes produtos distribuídos pela Imacustica estavam expostos por toda a feira, o que implica palmilhar muitos quilómetros à caça deles, embora a App do Highend seja muito útil. Basta clicar para saber onde está, mas depois é preciso lá ir...
Eis mais algumas novidades, todas elas, aliás, já divulgadas, aqui no Hificlube, e em alguns casos em directo, o que acaba com a discussão de se saber quem foi o primeiro.

Josephine Lichtnegger apresentou a nova célula JO No.8, mas não a mim (estava muito ocupada com uma vedeta rock qualquer, de que nunca ouvi falar). A novidade era o braço F-Note, que brilha como prata, montado num gira-discos Forte Leather. Ajuste fácil de VTA e VTF, além do azimute. E um curioso led vermelho, por certo inspirado nas armas dos snipers, para facilitar o alinhamento.

Metronome TT, um gira-discos igualzinho aos seus irmãos digitais.


SME Model 12, qualidade SME mais acessível, já com braço e célula

TECH Das Air Force Zero. Aliás, muitos zeros à direita, pois custa algo como 400 mil euros. Provavelmente o mais caro gira-discos do mundo, para fazer companhia às Wilson Wamm. Utiliza o motor dos gravadores Studer.

Audio Analogue AADac 32-bi/384kHz e DSD512

Já tínhamos dado notícia de que a Magico Series A, que se iniciou com as A3, se tinha expandido, agora com a monitora A1, a central ACC e o subwoofer ASub, obviamente concebidas para aplicações AV e não só. Mas foram as M2 que roubaram todas as atenções, exibindo-se em duas salas: com amplificação Constellation (Revelation Series: Andromeda (phono), Pictor (preamp) e Taurus mono (500W amps) e os Soulution.

As novas ProAc K7 Signature com tweeter AMT e acabamentos sumptuosos.

A Hifiman lançou dois modelos compatíveis com Bluetooth: Ananda BT e TWS-600 (intra-auriculares) em baixo. O protocolo Bluetooth LDAC permite a recepção de sinais a 24/96. O estojo do TWS-600 funciona como carregador. E carga dura par mais de 5 horas.

Hifiman TWS-600

dCs Bartok ofereceu 'Bar' aberto de sons com auscultadores. Era só entrar e servir-se...

Primaluna EVO100, o primeiro e único DAC que utiliza uma válvula no relógio a substituir o oscilador de quartzo.

Magnum Dynalab Dynamite Series: Music Streamer MD-1ME 24/192, Tidal, MQA, Roon, Spotify, Qobuz; MDT-1PRE a tríodos ( 2 x 6922) e HD DAC com upsampling para 384 e DSD.

O simpático Dennis Bonotto foi o nosso anfitrião. E posou para a fotografia com os 3 novos produtos da Nordost: QSource uma fonte de alimentação universal, como seis saídas: quatro de 5V; e duas com tensão variável: 9,12 e 19V, ou 12, 19 e 24V.

Nordost Q Source (base)

QPoint Resonance Syncronizer, que se coloca sobre ou sob um componente para ‘sincronizar’ as ressonâncias electromecânicas. A explicação técnica é rebuscada mas, como todos os produtos Nordost, percebe-se melhor quando se ouve o efeito

cabo de braço Valhalla 2 de quatro condutores de prata-de-lei, entrançados dois a dois e isolados por malha de prata

Para comemorar o seu 15º Aniversário a Crystal Cable lançou a linha Future Dream. Exposto estava o cabo-de-braço, que parece uma jóia e custa tanto como uma, cerca de 5000 euros. Condutores monocristal de prata, primeira malha de prata e ouro, segunda de prata e isolamento por Kapton.
Galeria geral de fotos da Imacustica
AUDIÇÕES
Magico M2/Constellation Pictor, Taurus

Comentário
A voz de Gregory Porter soa poderosa - eu diria mesmo portentosa - e bem timbrada em 'God Bless the Child'. As Magico M2 são talvez a coluna mais equilibrada desta marca americana, com excelente timbre, textura e ritmo, sem excesso de peso. Curiosa a comparação com a versão de 'God Bless the Child', interpretada por Dave van Ronk. Duas vozes completamente diferentes, que as Magico distinguem, sem perder uma gota de emoção na forma diferente de interpretar a mesma canção.
Magico M2/Soulution c/ apresentação de Alon Wolf
Comentário
Continuum, de Brian Bromberg, revela outra faceta das Magico M2: o ritmo, poder e propulsão do grave. Não são as M6, mas chegam perfeitamemnte para as encomendas. Grande coluna de som!
Wilson Audio DAW/Spectral
Comentário
Oiçam-me bem este clássico 'bíblico' These Bones, pelos Fairfield Four (de preferência com auscultadores). Não dá para acreditar que foi gravado 'ao vivo' dentro da sala, sentado sobre um dos lados. A diferenciação tímbrica das vozes: o baixo até arrepia. Segue-se, The Moon is a Harsh Mistress. Pode ser, mas as DAW não são 'harsh' com certeza. Atente na reprodução do decay da reverberação electrónica.
Wilson Audio DAW/dCs/Dan D'Agostino Momentum
Comentário
O vídeo saiu mal, pelo que tive de utilizar fotos. Antes isso, porque a imagem tem mais qualidade. Mas o registo foi feito in loco a 96/24. Reparem na projecção da voz da cantora e no ritmo de cha-cha-cha sincopado e dançante do grave. É preciso dizer mais? Então, leiam o meu teste às Wilson Audio DAW.
Magico M6/Soulution
Comentário
Aqui estamos a falar de outro patamar de qualidade e de preço. E o que se ganha: mais textura, mais densidade, mais profundidade - mas não necessariamente mais emoção. O poema Almost Like The Blues, de Leonard Cohen tem uma força muito especial que o sistema enaltece. O que é notável é o gravador ter captado não só as palavras mas todo o sentido delas - directamente das colunas a 4 metros de distância...
Martin Logan Neolith
Uma das melhores exibições das Neolith em shows. Grave seco e controlado sem sombra de boominess. A transparência acústica da gama média pede meças à transparência visual. Ora oiçam Jen Chapin a cantar You haven't done nothin' e Dietrich Fischer em Die Schöne Müllerin (A Bela Moleira):
Notas:
Links para os álbuns gerais de todas as fotos e todos os vídeos em directo dos Day One e Day Two, publicados no Facebook da autoria de Pedro Henriques:
FOTOS:
https://business.facebook.com/pg/HIFICLUBE.NET/photos/?tab=album&album_id=2395504803806133
VIDEOS:
https://www.facebook.com/HIFICLUBE.NET/playlist/57287640653737
Nota importante:
Esta reportagem só é possível graças ao apoio de todos os nossos anunciantes e a um patrocínio especial da Imacústica. Agradecemos a todos os envolvidos.