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2007

Ces 2007: The Best: Soundlab, Tad, Panasonic, Krell, Gallo; And The Next (continua)…



Já o disse: é praticamente impossível ir a todas em Las Vegas. É como no poker: quem vai a todas, acaba por perder!, por vezes é preciso “passar”. Este ano, por exemplo, a Cabasse refugiou-se num hotel fora de mão, e eu não fui lá ouvir de novo as La Sphère. Do mesmo modo, quando soube que a Martin Logan não ia apresentar as CLX “full range”, nem lá pus os pés. A ML tinha-se refugiado na Residence Inn, o que me obrigava a andar 2 quilómetros a pé, pois apanhar um táxi junto ao Convention Center é coisa para 1 hora de espera...


Devido a cansaço extremo - os corredores do Hilton são um autêntico labirinto - acabei por não ir também à Monitor Audio que demonstrou a Série Platinum e à Mark Levinson que exibiu um novo amplificador vertical nº 53.
Wes Philips e JVH, o mesmo percurso, a mesma paixão.


Admiro, pois, a energia de Wes Philips que fez grande parte do percurso comigo, tanto assim que acabámos por cair nos braços um do outro, passe a expressão, na sala da Ascendo/Behold, no certame paralelo “The Show” que, com a deslocalização (ah a mal fadada deslocalização) do High Performance Audio do Alexis Park, que fica ali mesmo ao lado do St. Tropez, estava ainda mais às moscas que o habitual, com a maior parte dos expositores a ouvirem-se a eles próprios e aos seus equipamentos. Até os chineses já fugiram para o Venetian. Ou muito me engano ou “the Show is over”, embora ainda tenha valido a pena dar lá um salto para ouvir dois ou três excelentes produtos, incluindo as Magnepan e os Audio Research, que serão divulgados mais à frente nesta reportagem.


JVH RENDE-SE AO SOM SURROUND


Posto isto, vou cometer a heresia de declarar e assinar por baixo que, dos cinco melhores sons que ouvi em Las Vegas, três eram multicanal, sendo que um deles estava a tocar bem no coração da feira no stand da Panasonic!...


A saber:


1º SOUNDLAB
As imponentes Soundlab ProStat 922


Quatro pares de Soundlab ProStat 922, alimentadas por Pass X350.5 com cablagem Kimber Select. Conversão digital a cargo de um EMM Labs DAC8 MKIV c/ fonte profissional Genex Audio GX9000 DSD (master tapes).


Talvez fosse da tecnologia de gravação em 4-canais Isomike, de Ray Kimber, com quatro microfones suspensos e isolados por enormes “baffles” em forma de coração para evitar cancelamentos. Mas nunca ouvi um som tão transparente e ao mesmo tempo tão natural, como se aqueles monstros não tivessem nada a ver com o som que se ouvia na sala. Violinos, saxofones, coros, orquestras sinfónicas, soava tudo tão inacreditavelmente real que assustava. E, apesar do tamanho das colunas, os instrumentos tinham todos a dimensão e o timbre correcto.


Ofereceram-me dois “SACD-Sampler Isomike” mas eu até tenho medo de os ouvir para não se perder o sortilégio. Por mim, ficava lá a ouvi-las para sempre em Las Vegas. Só falta referir que o sistema custa cerca de 300.000 dólares. Sniff…


2º TAD
A linha da frente composta por 3 Reference One do sistema multicanal da TAD.


Pode ser coincidência mas as TAD Reference One também estavam a ser alimentadas por amplificadores Pass (X-160.2) e tocaram em estéreo e 5-canais. Uma vez mais os discos talvez tivessem alguma responsabilidade no resultado final. Embora Andrew Jones tenha tocado discos comerciais, foi com um registo multicanal do Prof. Keith Johnson, em DVD-Audio (registo doméstico feito por Andrew para o show) que as TAD me deixaram indeciso em dar-lhes o primeiro ou o segundo lugar. Pureza tímbrica, ataque, dinâmica, presença, naturalidade, ar, espaço, enfim, até me faltam os termos.
Aspecto da suite da TAD durante a audição


Keith Johnson tinha guardado as master tapes multicanal e só agora resolveu divulgá-los, porque considera que nenhum formato actual, incluindo SACD, lhes faz justiça. A Pioneer vai editá-las em Blu-Ray. Bom, se o original é ainda melhor do que aquilo que eu ouvi a partir de um registo das masters num DVD-Audio caseiro (problemas técnicos impediram Andrew de apresentar já a versão em Blu-Ray), valha-nos nossa Senhora!...


Como sabem, os engenheiros da TAD colaboraram com a Pioneer na concepção da linha de colunas EX. Ora como as TAD Ref. One custam 60. 000 dólares o par, quem não lhes puder chegar que compre umas Pioneer EX…


3 º PANASONIC
Panasonic: Blu-Ray Jazz Club


Antes que pensem que eu estou ainda apanhado pelo jetlag, permitam-me justificar esta insólita escolha. A Panasonic criou um espaço no enorme stand da Feira, a que chamou “Blu-Ray Jazz Club” que consistia só nisto: numa sala circular completamente às escuras, actuava “ao vivo” um quinteto de jazz-funk: piano, sax, guitarra, contrabaixo e bateria, sendo que cada um dos músicos surgia num ecrã de plasma separado: horizontal ao centro para o pianista; e verticais para os restantes músicos colocados em semi-círculo em redor do ouvinte (se tem banda larga, abra o vídeo no topo da página clicando no ícone amarelo para ficar com uma ideia mais perfeita do setup e do efeito visual e acústico. Nota: pode demorar um pouco). A imagem e o som em alta definição eram absolutamente excepcionais. Esta foi a melhor demonstração AV a que já assisti. De ficar com os olhos e os ouvidos arregalados. Só falharam numa coisa: o saxofonista aparecia do lado direito e o som do sax por vezes ouvia-se do lado esquerdo atrás (?)…


4º KRELL LAT 1000
Suite da Krell, no Mirage


Numa audição informal, pude finalmente constatar o poder e verdadeira qualidade das LAT 1000. É que estas poderosas colunas em alumínio precisam de espaço entre elas e o ouvinte para integrar acusticamente todos os altifalantes: eu diria pelo menos uns 4 a 5 metros, e eu sempre as ouvi com o nariz quase em cima delas.


Alimentadas pela artilharia Evolution 505/202/600 “sopram” como poucas, provocando ondas de choque e espanto. E apesar disso soam doces e requintadas quando é preciso. Foi você que pediu ataque fulminante sem danos colaterais? Tanto quanto sei, o Bush tem umas colunas Snell. Será que ele já ouviu as LAT 1000?...


5º GALLO 5LS
Suite da Gallo Reference 5LS


Quando testei as Gallo Ref. 3.1, referindo as suas qualidades e defeitos, deixei bem claro que o conceito tinha elevado potencial para evoluir, tendo mesmo feito sugestões que previam a utilização de mais módulos de médios e agudos. Mal sabia eu que Anthony Gallo já tinha em adiantada gestação as Gallo Reference 5LS.

As Reference 5LS têm 1, 85 m de altura por 17 cm de largura e 27 cm de profundidade: altas e estreitas, portanto. E funcionam como parecem: são uma verdadeira 'line source', composta por 7 'tweeters' CDT intercalados com oito 'esferas' de aço inoxidável com altifalantes de 10 cm em fibra de carbono, todos perfeitamente alinhados e sem filtro divisor! Os graves são reproduzidos por doze (!) altifalantes de 10 cm de diâmetro em alumínio (eu não disse!) que disparam para trás, e correspondem à área de irradiação de um altifalante de 36 cm de diâmetro, mas com vantagem da velocidade e transparência.


A secção de graves tem um filtro de primeira ordem, a que se pode fazer by-pass, ligando-a directamente à saída LFE de um processador AV, sendo neste caso a única coluna dinâmica do mundo de 3-vias múltiplas sem crossover. Os altifalantes de graves estão montados num cilindro alongado em aço inoxidável e cheio de S2, a substância patenteada que reforça os graves nas colunas da Gallo. Mas também há a hipótese de alimentar a secção de graves com o amplificador Reference SA, que permite corrigir e fazer ajustamentos no volume e na fase, facilitando a colocação na sala, incluindo nos cantos!...
Anthony Gallo estava obviamente feliz com os resultados: o público também

As 5LS podem ser alimentadas por um único amplificador e bi ou tri-cabladas e amplificadas. A potência admissível é praticamente ilimitada. O preço também: cerca de 15 000 dólares!


Se considerarmos a relação preço/som, não sei se as Gallo não mereciam figurar em primeiro lugar nesta lista: alimentadas por um amplificador Spectrum de Classe D, sem recurso a prévio, tendo como fonte um simples Leitor-CD da McIntosh c/ controlo de volume, e o amplificador de graves SA para atacar os doze altifalantes de graves nas costas, reproduziram o som de um piano com tal tridimensionalidade que parecia uma projecção holográfica. Os mesmo se pode dizer das vozes e de outros instrumentos, em especial os saxofones cuja presença era perturbadora de tão real…

(continua)


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