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2003

Imagens Reais



Os Portugueses passam mais de quatro horas por dia em frente do televisor. Pode, pois, com razoável grau de certeza dizer-se que são especialistas da imagem. Até ao dia em que lhes é proporcionado ver imagens «reais», no que aparentemente não passa de um televisor sofisticado, e não querem acreditar no que os olhos vêem. Comecemos pela imagem de marca. Quando se trata de produtos vídeo da indústria italiana, é difícil saber o que mais nos agrada: a imagem de marca ou a marca da imagem da Sim2. Será televisor? Será plasma? Um televisor não é certamente e um plasma não tem negros assim. Fui ver:


Numa sala do Hotel Palácio, no Estoril, Andrea Valcher, da Sim2, fazia a apresentação nacional do retroprojector Grand Cinema RTX, com o alto patrocínio de João Cunha, da Videoacústica. Eu já tinha assistido à demonstração em Las Vegas mas aqui era diferente: estava em casa entre amigos e o café era bem melhor.


Há um limite para as dimensões dos televisores, ditado pelas leis da física e da pressão atmosférica que se exerce sobre o vácuo do cinescópio. Além de que ecrãs muito grandes obrigam a observar uma maior distância de visionamento: quanto mais perto mais óbvio é o «grão». Muito próximo e vemos as árvores em vez da floresta.


Quanto aos retroprojectores e plasmas são soluções com alguns inconvenientes. A imagem dos primeiros deixa(va) muito a desejar e os negros «radioactivos» e cores «eléctricas» dos segundos são a mosca na sopa do sonho de todos os novos ricos.


Para ver filmes em DVD não há por enquanto nada melhor que um projector de vídeo. Em termos relativos (a dimensão), já é possível ter melhor imagem (e som) em casa do que em muitas salas de cinema. E sem o desagradável ruído das pipocas, em especial quando os «mastigantes» se colocam mesmo atrás de nós, com aqueles baldes tipo jumbo que duram todo o tempo do filme. Não é por acaso que o som nas salas pipoqueiras está sempre aos gritos: é o efeito de máscara. Os actores esganiçam-se no ecrã para que nos possamos abstrair daquele mergulhar ritmado das mãos no milho, que alguns remexem ainda com prazer sádico antes de recolher a sua parte da ração. Há também os que aproveitam logo ao lado para mexer em outras coisas tão boas como o milho, mas adiante...


Infelizmente, os projectores só funcionam bem no «escurinho do cinema», como cantava Rita Lee. Um raio de sol que se insinua pela fresta da janela, uma luz que se acende para procurar os óculos, e logo a imagem passa do óleo à aguarela deslavada.


Quando testei o notável projector Sim2 HT300 (agora na versão Plus com HD2) fiquei deslumbrado com a reprodução natural das cores. «O segredo está no justo equilíbrio entre luminosidade e cor», confessou Andrea. «Quanto mais luz menos natural é a imagem. Há que optar, e nós optamos sempre pela qualidade cinematográfica da imagem em detrimento do brilho que pode ser bom gráficos mas é mau para filmes».
E se fosse possível ter a imagem fabulosa do projector Sim2 HT300 Plus com a flexibilidade de instalação de um televisor de alta definição que se pode ver enquanto se janta mesmo com a luz da sala acesa?
Dito e feito: o Grand Cinema RTX é uma obra prima do design moderno de mobiliário funcional que tem lá dentro um projector Sim2 HT300 Plus. O contraste (2000:1), a cor e a definição são de cortar a respiração. Com uma mãozinha do mago Yves Faroudja (DCDi) e a tecnologia DLP2, da Texas Instruments, vi filmes em DVD, iguais aos que se podem alugar aí em qualquer clube, com uma imagem que se aproxima da alta definição da televisão americana. Também pode ver a nossa televisão (utilizando o seu videogravador como sintonizador) mas é um desperdício de tempo e dinheiro. Se bem que gostaria de ver o Figo erguer a Taça da Europa num RTX...
O processador de imagem externo está ligado

ao RTX por cabo óptico e um menu intuitivo permite ajustes pré-programados ou personalizados de todos os parâmetros da imagem. Como a beleza está nos olhos de quem vê, a cada cor seu paladar: verdes naturais, azuis celestiais, vermelhos suculentos, brancos luminosos e negros que correspondem à definição científica de ausência de cor. A partir destes elementos essenciais, a paleta colorimétrica do RTX oferece-nos o maravilhoso caleidoscópio do universo infinito: um poema galáctico de luz e cor com a nitidez do telescópio Hubble.


O Grand Cinema RTX apresenta-se nas versões RTX45 e 55 (os números correspondem às polegadas da diagonal do ecrã) e nas cores prata/cinza, prata/vermelho e negro. O preço também é de cortar a respiração mas quando se trata de comrpar o melhor isso nunca foi factor impeditivo. Li no DN Motor que há quatro Porsche Carrera RS Turbo já encomendados para Portugal: a 500.000 euros cada!...
Por um fugaz momento assaltou-me o desejo irreprimível de desertar para o campo da crítica vídeo só para poder ter um RTX emprestado como referência. A propósito: o som esteve a cargo de amplificação Denon e colunas KEF XQ Series. E portou-se à altura do acontecimento.
Distribuidor: Videoacústica

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