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2008

Regresso À Invicta

Regresso À Invicta






O HIFICLUBE gosta de estar sempre em cima do acontecimento. Ora esta visita foi efectuada em Junho, um dia depois de as Martin Logan Spire terem chegado à Imacústica, e já devia estar online há muito. Mas eu preferi guardar o material para a nova página, até porque o Manuel Dias, por tudo o que tem feito pelo highend em Portugal, merecia estar presente na inauguração, que foi sendo adiada por vicissitudes várias. Ultrapassados os principais obstáculos (não é fácil organizar o passado pela lógica do presente), só hoje foi possível publicar esta breve reportagem da minha passagem pela Invicta.

Viajo muito, mas não vou ao Porto tantas vezes quantas devia. Mais ainda quando é lá que se situa uma das melhores lojas de highend europeias. Eu diria mesmo do mundo. Nem mesmo a famosa Sound by Singer em Nova Iorque me merece mais respeito. Até porque na Imacústica não somos recebidos “with an attitude”, aquela petulância, misto de arrogância aristocrática e vaidade burguesa, que se experimenta por lá e, por exemplo, no distribuidor equivalente da Alemanha, onde nos olham de alto abaixo antes de se dignarem mostrar o material, salvo seja. Só falta um cartaz à porta: “Tyrekickers keep out!”.


Claro que o meu caso é especial, claro que além de “figura pública” (pelo menos nos meios audiófilos...), sou amigo da família Dias, há tantos anos quantos temos de percurso comum, desde que Ricardo Franassovici nos apresentou em Paris. Mas, quando lá vou, vejo como todos os clientes são recebidos como amigos. Quantas vezes lá terão entrado para comprar um par de cabos e terão saído com um par de colunas (e a oferta dos cabos)? Poucas lojas no mundo oferecem aquelas condições de audição e visionamento. E com a simpatia do pessoal e a qualidade profissional do atendimento, não admira que seja das poucas a resistir à crise, apesar de evitar cair na tentação de nivelar a oferta por baixo.
 


 


Uma das particularidades da Imacústica é a velocidade de resposta ao impulso, leia-se ao impulso da novidade: é sempre a primeira a ter disponíveis os modelos apresentados nos shows internacionais. Agora que a divulgação do áudio highend se faz via internet, já se observa um ligeiro compasso de espera, mas no tempo das pachorrentas revistas especializadas, quando a notícia da apresentação nos EUA era publicada, já a novidade estava em demonstração no Porto. E tem sido sempre assim desde há mais de vinte anos.

 


 

Esta capacidade de resposta aos transitórios do mercado (tanto mais transitório, passe a analogia, quanto mais digital) deu à Imacústica o prestígio internacional que lhe permitiu, por exemplo, garantir a importação, não só dos primeiros exemplares dos vários modelos da série Palladium, da Sonus Faber, mas o primeiro de todos, o número 01, logo peça valiosa e disputada por coleccionadores: Stradivari 01/25; Amati 01/50; Guarneri 01/100 (já vendidas).
 
Não admira, pois, que tendo eu ido lá para apresentar a nova página do Hificlube, recebesse na tradicional troca de galhardetes uma audição, dirigida por Mestre Luís Campos, das Martin Logan Spire, que tinham sido apresentadas em demonstração estática, é o termo certo no seu duplo sentido, no Highend 2008, em Munique. “Chegaram ontem, acabei de as montar, mas já mostram um ar de graça”, confessou-me o Luís. A Imacústica é como aqueles restaurantes, que todos adoramos, nos quais o patrão exibe aos clientes “o peixinho fresco acabado de chegar da lota” só para abrir o apetite. Pode ser caro, mas é tão bom...

O menu é vasto e os pratos do dia vão do acessível às especialidades “gourmet”:










Manuel Dias revelou-me a sua satisfação pelo êxito da aposta na italiana Audio Analogue que, talvez por empatia patriótica, casa na perfeição com as colunas da Sonus Faber. Tal como o vinho de qualidade, o som deixa-se ouvir com prazer. Parte do segredo deve-se, segundo ele, à qualidade da corrente fornecida pelo filtro/estabilizador da Exact, muito importante em especial nas grandes cidades.
 







A ProAc é outra das iguarias cozinhadas em lume brando pelo calor dos PrimaLuna,
 
















ou constituídas em PA dos Eagles que actuavam na sala de cinema,
 



com amplificação a cargo da Krell e imagem projectada por um Faroudja “optimized by William Phelps”.










Para os audiófilos de paladar requintado, apetite insaciável e carteira saudável, daqueles que não olham para a coluna da direita (refiro-me à coluna do preço no menu...), temos o sistema Audio Research CD7/LS26/Ref210 e as belas Elipsa, cujo teste publicado em língua inglesa relançou a minha 'carreira internacional';
 
 



Ou as Krell LAT1000 “con sus muchachos” and a twist of DartZeel;
 







E finalmente a “pièce de résistance” com artilharia Krell Evolution 505/202/400 e colunas Wilson Audio Maxx II.
 

Mas eu estava com alguma pressa e optei pelo prato do dia: Spire frescas em molho de Audio Research.
 




As Spire enchem-me de orgulho e satisfação. No Highend 2006, de Munique, David Allen perguntou-me o que eu tinha achado das Summit, quando soube que eu as tinha testado. Disse-lhe maravilhas do novo painel XStat mas critiquei o excessivo peso do grave no conjunto do espectro que, curiosamente, não detectara em Las Vegas. “A Summit é uma coluna pensada, embora não exclusivamente para as salas grandes americanas ou instalações AV sofisticadas, daí dispensar subwoofers”, justificou-se David. Na altura sugeri-lhe que a Martin Logan devia lançar um modelo com o mesmo painel mas com um único woofer em caixa fechada. Ou, então, uma Summit XL com um painel maior. As Spire são a resposta à primeira sugestão; as XL não vão ter um painel de maiores dimensões mas vão utilizar a tecnologia de painel duplo das CLX...


Segundo Luis Campos, as Spire são 90% do prazer das Summit com 10% do suor: são muito mais fáceis de colocar na sala (além de mais baratas, claro).
 

Provei algumas faixas de discos variados que revelaram uma excelente integração do grave (o painel das Spire vai mais abaixo na frequência que o das Summit!). Ou como cantou Ney Matogrosso num disco raro: Estava Escrito. Eu só não lhes chamava Spire, chamava-lhes (A)spire. E fechámos com um Lou Reed tão presente que assustava.
 




Por falar em “vintage”: as Sonus Faber Minima envelhecidas em casco de cerejeira natural também estavam lá à espera de ser servidas em balão aquecido a válvulas.


Regresso À Invicta


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