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2006

Nuforce 9se: Comentários Dos Leitores



Caro JVH



Depois dos interessantes artigos que escreveu a propósito dos Nuforce 9SE (e do 9.02), pesem embora as limitações do ensaio, com que argumentos vai justificar, do ponto de vista do cliente, que se gastem dezenas de milhares de euros na compra de amplificadores que, ainda para mais, pesam “toneladas”, aquecem como radiadores, ocupam espaço precioso e, quantas vezes, estão na origem de pequenas desavenças familiares?



Evidentemente que existem sempre argumentos. Do mais que racional (para alguns) “25 mil euros para mais ou para menos é coisa com que não perco tempo”, até ao mais que emocional “quem resiste à sedução e magia duns monoblocos Jadis?”



Mas eu refiro-me a outro tipo de argumentos. Mais prosaicos. Mais objectivos, se é que nisto da audiofilia existe alguma objectividade, para além das fichas técnicas que só servem para entreter leitores que, regra geral, não percebem puto do que lêem, e darem um ar de seriedade à “análise crítica” de uns quantos?



Todos estamos habituados a raciocinar em progressão geométrica quando falamos do preço que temos de pagar por um pequeno aprimoramento do som dum sistema.



Aquilo que se diz (nunca “os ouvi”), e que o seu artigo parece confirmar, apesar dos “ses”, acerca dos Nuforce, vem pôr em causa este estado de coisas.



Será que estamos mesmo perante uma revolução destinada a retirar o high-end da esfera exclusiva dum clube de élite?



Para já desconfio.



Mas deixe-me que lhe diga que também não percebi muito bem a lógica de gastar o seu precioso tempo na redacção de tão extenso artigo, bem escrito como é habitual em si, mas utilizando umas Concertino e umas Clarity como elementos receptores de algo que outros já associaram a “coisas” como as Watt Puppy?



Percebe a minha desconfiança?



Cumprimentos,



Henrique Botelho



Caro Henrique



A audiofilia não é uma ciência, é mais uma arte dos sentidos - como a gastronomia. Tal como o crítico de áudio, o crítico gastronómico tem os seus gostos - e os seus restaurantes preferidos: o serviço e o atendimento também contam quando se trata de “classificar”. E ninguém é imune ao ambiente e à forma como os “pratos” são apresentados.



Do mesmo modo, os sentidos estão mais “alerta” num restaurante com 2 estrelas Michelin que na tasca do Zé da Esquina, o que não o impede de considerar o “foie-gras” do primeiro desinteressante, enquanto aprova as “iscas na frigideira” do segundo. É tudo uma questão de escala: há o texto e contexto…



Os testes de laboratório são muito úteis. Não porque “definem” o bom som à partida, mas porque nos preparam para a elevada probabilidade de um mau som. Se o “peixe” não for fresco, não há tempero (cabos, etc.) ou cozinhado (configuração do sistema, etc.) que lhe valha; se for “fresco”, o resultado final pode não ser bom, mas nunca será péssimo.



O Nuforce é apenas um excelente “prato” audiófilo, com um tempero muito próprio, basicamente neutro, que pode não agradar a todas as bocas. Mas um único prato não representa toda a gastronomia universal. Eu adoro e detesto “sushi”. Depende do restaurante, do mestre cozinheiro e, sobretudo, da qualidade dos produtos. E até da companhia. Mas não era capaz de comer “sushi” todos os dias - o mesmo posso dizer das sardinhas…



É na diversidade e constante evolução do áudio, imperfeito por natureza, que reside o segredo da longevidade do crítico. E na sua capacidade para “filtrar” o que ouve através do banco de dados da sua experiência auditiva.



Quanto mais sei, mais sei que nada sei. Quanto mais oiço, mais sinto que me falta ouvir o muito que nunca ouvi. A partir de uma determinada etapa da minha vida audiófila, passei a “aferir” os equipamentos pela capacidade de me motivar, de me emocionar, de me suscitar o desejo de ouvir mais e mais. A presunção de se pensar que já se “ouviu” tudo, mina a nossa ânsia de descoberta de coisas novas, tal como o crítico gastronómico que, já tendo comido de tudo, sente “fastio” quando se trata de provar algo que aparentemente não vai apresentar nenhum sabor novo à sua vasta paleta. O Nuforce 9.02/SE é um excelente amplificador de Classe D e reitero tudo o que sobre ele escrevi. Há outros, como os Belcanto e os Halcro, cujo testes tenho em agenda - todos diferentes, todos iguais, na sua capacidade de nos surpreender.



Mas continua a haver espaço para as tecnologias do passado, sejam válvulas ou transístores, do mesmo modo que os “micro-ondas” não significaram o fim do forno a lenha. E o facto de eu gostar de comer um robalo escalado e grelhado no carvão, fresco, seco e sem qualquer tempero, não me impede de comer um bife do lombo com natas e “french fries”, como o Advance Acoustics MAP407, ou um fabuloso naco de carne americana com molho de trufas selvagens (raras e caras) como o Krell FBI, quando a carteira ou os bons contactos mo permitem, ainda que no final nem sempre seja possível comparar sabores e atribuir-lhes valores quantitativos apenas qualitativos.



Talvez o melhor seja mesmo abordar o áudio pelo prisma das “regiões demarcadas” como o vinho. Classe D não é Classe A e viceversa, e há excelentes “colheitas” de ambas as “topologias”. E ainda há branco, tinto e rosé…



Ao leitor, só lhe resta “salivar” enquanto lê, como me acontece quando leio o José Quitério, ou ir lá ao restaurante e (com)provar. A crítica é apenas a arte de desbravar previamente o menu para que o leitor vá munido de espírito “degustativo” e com as papilas afinadas. Até pode acontecer que prefira a carne ao peixe. Agora o que não pode afirmar em boa verdade é que o peixe não era fresco ou que não tinha um excelente aspecto…



No Hificlube, o menu é vasto e variado. Admito que os preços são um pouco altos. Mas para provar pizzas e hambúrgueres basta dar um salto ao restaurante da Worten. Ora nada daquilo serve para comer, só serve para matar a fome de música.



Eu não quero que os leitores gostem do que eu gosto, quero que aprendam a comer e a apreciar as iguarias do áudio. E você, caro leitor, sabe que é assim, ou não teria começado (e acabado) o seu email de forma tão simpática, nem teria perdido tempo a escrevê-lo em tempo de férias. É que a forma como o menu está escrito também conta…



Um abraço audiófilo



JVH




Caro JVH



Mais um grande teste auditivo publicado no Hificlube, o do Nuforce 9SE. Gostei mais do que os outros que já tinha lido em inglês. Talvez porque domine melhor o português, pensei eu. Mas verifiquei com orgulho patriótico que a própria Nuforce, além do habitual excerto das críticas de diferentes países, seleccionou para a página de abertura do site a introdução do seu teste como exemplo máximo de uma crítica que resume todas as outras críticas. Não é só no futebol que os portugueses dão nas vistas lá fora…



Parabéns



Carlos Domingos



Caro Carlos



De facto, fui contactado por Jason Lim, que tinha lido a minha crítica com o auxílio do tradutor do Google e, segundo ele, havia partes algo “confusas”. Por isso, a seu pedido, traduzi dois excertos e fiquei agradavelmente surpreendido quando um deles foi publicado na capa do site da Nuforce em lugar de destaque. Eu tenho muitos leitores em todo o mundo, em especial nos EUA, que utilizam o Google com os resultados catastróficos que todos conhecemos. Se calhar vou passar a fazer como a TNT, e passo a publicar a versão portuguesa e inglesa…



Um abraço audiófilo



JVH



Caro Sr. José Victor Henriques



Como é possível um fã da Krell dizer do grave do Nuforce o que você disse?



Guru san



Caro Guru san (tá bem caçado o nickname…)



A pergunta devia ser: como é possível um amplificador tão pequeno e tão leve, que nem sequer aquece, ter um grave daqueles? Sim, como é possível?...



Um abraço audiófilo



JVH



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