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2004

Audioshow 2004: Em Busca Da Imagem Perdida -parte 2



JMAUDIO: Vincent/Amphion

O J.Martins é uma pessoa particularmente simpática com um sorriso luminoso. Como se ele próprio funcionasse a válvulas. Os sons que oferece aos visitantes são também normalmente quentes e doces. Mas este ano julguei ouvir um «brilhozinho nos olhos» das Amphion alimentadas pela artilharia Vincent. Excesso de potência instalada? Talvez os reflectores cerâmicos nas paredes não fossem uma boa ideia numa sala tão pequena com colunas cujo tweeter tem um difusor tipo grande angular. E um tapete no chão não se perdia nada. JM never lose that smile...



SOUNDECLIPSE: Audionet/Neat/Siltech

Do «eclipse» do áudio do ano passado ao «eclipse» do som no Audioshow 2004 vai uma grande diferença. Que não na atitude. O Paulo e o Rui fazem parte de uma nova geração que me deixa optimista quanto ao futuro do AV de qualidade. Sabem estar, sabem receber, sabem do ofício e transmitem o seu entusiasmo contagiante aos visitantes. Uma pessoa sente-se em casa de amigos - mesmo sem provar o Moscatel de Setúbal. Esta foi a melhor actuação do peixinho Nemo que já vi, cá ou em qualquer outro lugar: um som transparente, inteligível, doce sem perda de claridade, particularmente bem focado no amplo palco do oceano. Sem ênfases, sem excessos, sem omissões. A imagem estava focada, nítida, sem artefactos, com brilho e contraste perfeito e notável riqueza cromática. Um deslumbramento para os olhos. O novo projector Thema Scene H-77 é, de facto, revolucionário. O design pareceu-me feio e obsoleto.


Posto isto, convém referir que os filmes de animação, até pela sua génese informática, são mais fáceis de reproduzir com sucesso. E a fantástica qualidade artística, técnica e humana (ou será piscícola?) do filme influencia inevitavelmente a forma como o olhamos. Esta foi uma escolha intencional e inteligente depois do descalabro do ano passado: o vídeo de Peter Gabriel tinha mais areia que a praia do Guincho...



O tema jazzístico que ilustrou a qualidade áudio pura do sistema Audionet/Neat foi mal escolhido. O contrabaixo entrou em litígio com o «corcunda do ISCTE». Mas não a voz da cantora, que soou limpa, presente e agradável. Um registo purista.



TRANSOM/LINN

Não consegui sentar-me. A sala estava cheia das duas vezes que por lá passei (não sei se a simpática jovem que distribuia os saquinhos à porta teve alguma influência...). Som a abrir (um pouco duro e estridente mas o concerto rock em DVD estava mesmo a pedi-las, portanto...) e o pessoal em delírio silencioso. Tudo bem. A avaliar pelo que ouvi quando testei o Unidisk SC, a Linn está no caminho do futuro: o AV! Sigh!...


Nota: A propósito dos comentários sobre as duas cadeiras vazias na foto, pedi às pessoas para se levantarem para poder ver a coluna da direita...



VIASONICA: Krell

Talvez o maior equívoco do Audioshow 2004. Reconheço que sou um krelómano convicto. Fui convidado por Dan D'Agostino para a apresentação mundial das colunas Resolution, em Las Vegas, em 2003. Também em Las Vegas, na CES 2004, um conjunto semelhante ao que se ouviu aqui dominou as atenções no Pavilhão Home Cinema com uma exibição memorável. O potencial deste sistema é enorme. E considero mesmo que para aplicações AV as Resolution são superiores às LAT: são mais abertas, mais dinâmicas, mais claras e atingem níveis de pressão sonora assustadores. They really kick ass! Por outro lado, não sofrem de alterações excessivas de carácter a níveis baixos, o que é bom para ouvir em casa.
E contudo há muitos leitores que ficaram completamente desiludidos. Alguns ficaram mesmo chocados. Felizmente deslindei o mistério.

Na minha primeira visita, passava o filme do concerto ao vivo dos Bella Fleck and The Fleckstones já exibido o ano passado com sucesso. O som estava sem brilho, sem dinâmica, desinteressante. Saquei da minha lupa e...«Elementar, meu caro Watson»...


Por qualquer razão que eu me abstenho de comentar, e que até aceito numa «feira» em ambiente de «porta aberta» e «sala escura», o sistema estava no modo 2.1. Apenas os canais frontais+sub estavam activos sem que a informação do canal central e traseiros estivesse a ser devidamente encaminhada. Daí talvez os comentários negativos. Não sei se se passou o mesmo ou pior nos outros dias.


No dia seguinte, quando voltei, reposta a normalidade, gostei de «The Fighting Temptations» um filme de ambiente «Gospel» com Cuba Gooding Jr. e Beyoncé (o projector da Runco sentou-a ao meu colo e, em verdade vos digo, melhor só um gelado de chocolate+natas do Santini, em Cascais! Ah, and a «twist of morango», os lábios dela...): o som estava claro, transparente, com boa ambiência e inteligibilidade (para quem sabe inglês) e particularmente dinâmico, tal como é hábito na casa Krell. Por dinâmica não se deve entender tudo aos gritos, mas antes com um boa relação entre o som do ar no teatro (ambiência) e o pico das vozes (excelentes).



Sei que houve quem comprasse logo o sistema todo. Podem agradecer à Beyoncé... yeah, baby!...Será que ela estava incluída no preço do sistema?...



VIDEOACUSTICA: Kef, McIntosh, SIM2

As novidades na Videoacústica eram muitas. Falarei delas mais tarde. Fiquei particularmente excitado pela presença do integrado a válvulas McIntosh 2275 (já tenho um espaço para o integrado da McIntosh no meu estúdio e no meu coração). Alguma vez ouviu a expressão: apostar no escuro? As válvulas serão a minha candeia...


Passei tanto tempo à conversa com o João Cunha, o António Monteiro (que andam nisto há tantos anos como eu) e a Sofia Cunha que, embora tenha passado por lá várias vezes, acabei por não assistir à demonstração do fabuloso sistema AV que fazia as honras da casa. Pelo que conheço e que já lhe ouvi/vi em outras ocasiões, parto do princípio que não deixou os seus créditos por mãos alheias.



Nota: Tal como no caso da Ajasom, não se tratava de uma demonstração dedicada, mas antes integrada num espaço mais amplo de exposição.

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