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2006

Madeira: A Ilha Dos Amores Audiófilos



O jardineiro tratou bem do jardim na minha ausência: o progresso desta região autónoma salta aos olhos do turista acidental.

Há agora luz ao fundo dos muitos túneis que uma toupeira diligente escavou na montanha nos últimos dez anos, aproximando o Funchal dos principais pontos de interesse turístico da ilha e o aeroporto do mundo..

Edgar, João Fernandes e Sérgio posam para o Hificlube à porta da Magnólia


Gente mais feliz tem melhores ideias: a Magnólia não é uma loja de áudio e vídeo convencional, é antes um centro cultural, onde se pode:


1. Ler, conversar, tomar café
Bar da Magnólia, o primeiro contacto humano faz-se à volta de um café
A biblioteca da Magnólia só tem livros sobre arte...


2. Participar em saraus de poesia, assistir ao lançamento de livros e exposições de pintura:
Lançamento nacional do Romance 'Rio da Glória', de Possidónio Cachapa, em ambiente audiófilo
A pintura e o áudio de mãos dadas na Magnólia


3. Ouvir música e ver filmes: quatro auditórios para áudio puro com alguns dos melhores sistemas a nível mundial:

Martin Logan Vista, McIntosh MC2200/MA1000+fonte Meridian

Sonus Faber Guarneri, com fonte Audio Research, amplificação Conrad-Johnson

Colunas ProAC e Tannoy Autograph, amplificação McIntosh e Advance Acoustics, fonte analógica Clearaudio, fonte digital Denon.

Auditório principal: Wilson Audio Watts Puppies 8+ Krell Evolution


Além de poder apreciar outros sistemas em exibição estática:
Vincent+Krell+Audio Physics Scorpio
E outros sistemas mais acessíveis: colunas Monitor Audio+ amplificação Cambridge


Ou então (bem) activos):
Com fonte Esoteric e amplificação McIntosh, as Tannoy Glenair+Supertweeter Prestige reproduziram os tambores de Jim Keltner de forma imperial...


Dois auditórios para AV:


KEF+amplificação Denon+Monitor Hitachi


4. E last but not least assistir a palestras sobre a correcta reprodução dos sons...com a presença de 'yours truly'...
JVH em acção no auditório principal da Magnólia


NA ILHA DOS AMORES


Foi por tudo isto que aceitei um amável convite da Magnólia para passar um fim-de-semana na Madeira, onde pude participar numa tertúlia com audiófilos da ilha; os poucos - mas bons - que resistiram aos encantos e promessas do glorioso dia de sol que atraiu turistas e residentes para a beira das piscinas, enquanto em Lisboa chovia a cântaros.
Vista do Hotel Pestana Grand, com o cabo Girão ao fundo


Os que preferiram passar a tarde comigo nas instalações da Magnólia tiveram a rara oportunidade de me ver “actuar” ao vivo (a crítica áudio é uma actividade solitária), “tocando” um sistema composto por electrónica Krell e colunas Wilson Audio Watt/Puppies 8, e puderam participar em interessantes testes e experiências: comparou-se SACD com CD para concluir que um é melhor que o outro… e viceversa.
Um grupo de leitores que passou a ser um grupo de amigos


Depois de um “check up” ao sistema com um disco teste que tem o mesmo excerto registado em mono, fase relativa, fora-de-fase e fase absoluta, com a maior parte dos presentes a identificar claramente a fase absoluta, seguiu-se uma curiosa comparação entre as versões CD e SACD, de Stimela, de Hugh Masekela. Se houvesse dúvidas sobre a superioridade do SACD, caíram log por terra, com o SACD a ser o preferido por todos os presentes.


Quando se voltava ao CD era como se os músicos estivessem cansados, sem ânimo ou entusiasmo: no SACD o ataque e presença dos instrumentos era tão espectacular que o CD fazia dó - de dor, entenda-se. Depois, havia ainda a óbvia questão da dinâmica e da largura de banda do SACD: pelo menos mais uma oitava em ambos os extremos de frequência e uns bons 10dB de diferença entre sons mais altos e mais baixos em relação ao CD!...


Seguiu-se a experiência feita in loco da comparação de várias versões de “Jeep´s Blues”, de Jazz At The Pawnshop, referida na Parte 6 do meu teste do Denon DCD-SA-1.
Foi curioso verificar como a dúvida sobre a superioridade do SACD se voltou agora a instalar, levantando uma vez mais a questão sobre se o problema são os formatos ou o uso que se faz deles. De facto, o coração (e os ouvidos) dos presentes balançava entre a excelência da reprodução das palmas na versão normal, o corpo e naturalidade de todos os sons dos instrumentos; a maior claridade (e artificialidade) do SACD, apesar de terem estranhado (mas não comentado) a aparente troca de canais (pode tratar-se apenas de uma opção de remistura do registo de alguns instrumentos); ou a inultrapassável transparência do CD-sampler comemorativo dos 70 anos de Gertz Pamcrantz, o engenheiro de som responsável por este registo histórico.

Dizer que foi um prazer estar com os audiófilos da Madeira é dizer pouco. Há 15 anos que não ia à Madeira. A ilha mudou muito - para melhor. As pessoas não mudaram nada - são a mesma gente boa de sempre.


O Hificlube saúda a capacidade, engenho e bom gosto de toda a equipa da Magnólia para dignificar o highend, que é aqui tratado como um produto cultural, e JVH agradece pessoalmente a hospitalidade de João Fernandes e a simpatia de todos aqueles com quem tive o prazer de contactar nesta breve passagem pela ilha dos amores audiófilos.
Fiquei com o forte desejo de voltar em breve à Madeira para ver o pôr-do-sol e ouvir o som luminoso dos sistemas em demonstração na Magnólia...

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