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audioshow 2016

audioshow 2016 - audições parte 1- imacustica



Sala Campolino


Metronome Kalista Signature


Tech DAS Air Force Three


Audio Research Ref. Phono 10


Constellation Virgo III/Centaur II


Martin Logan Neolith

Tal como num estado de direito, não se deve julgar como igual o que é diferente. Cada sistema de som tem características próprias que devem ser tidas em conta no acto de julgar, mesmo sabendo-se que não é possível afastar por completo o espectro da subjectividade, sobretudo quando se trata de apreciar a música e o seu efeito no estado emocional do ouvinte, que não é o melhor depois de meia-hora à espera na fila da porta ao frio…


A sala, o ponto de escuta, o programa musical são, por outro lado, dados objectivos a ter em conta. Não é a mesma coisa ouvir um sistema sentado comodamente na sweet spot, ou de pé, no meio de uma multidão de ouvintes entusiastas. E aquilo que para uns é um nível confortável de pressão sonora para outros pode provocar desconforto, quando não mesmo irritação.


A título de exemplo direi que após um primeiro contacto breve com o sistema em demonstração pela Imacustica, na Sala Campolino, durante o qual me sentei off-axis, voltei no Domingo, antes da abertura, para me poder sentar ao centro, tendo constatado com prazer que o lugar já estava ocupado por João Jarego, ao qual se juntou depois João Zeferino, pelo que nos revezámos numa curiosa dança de cadeiras durante a audição de cerca de meia-hora.


Sem surpresa, concluímos todos que dada a direccionalidade, que é característica das colunas electrostáticas, quem não teve oportunidade de ouvir as Neolith na sweet spot não sabe o que perdeu.


Eis como uma simples ‘característica’ da tecnologia de transdução pode induzir um ouvinte menos avisado – ou mais apressado - em erro de julgamento.


A dispersão polar em forma de oito de um painel electrostático resulta num nível de saída praticamente nulo aos 180 graus, o que significa que quanto mais ‘de lado’ (off-axis) se colocar o ouvinte, maior será o desfasamento entre o médio-agudo e o grave do tipo dinâmico, isto apesar de a curvatura do painel melhorar o ângulo de dispersão, resultando para esse ouvinte num grave pesado e um agudo reticente, enquanto o ouvinte ‘centrado’ tem outra percepção do equilíbrio tonal e da resposta dinâmica que lhe está associada. Foi o que me aconteceu quando as ouvi pela primeira vez em Munique em 2014. Desta vez tive mais sorte ou mais juízo…


Não é, pois, por acaso, que há tantas pessoas que reputo de sensatas, isto é, sem uma agenda pessoal, com opiniões tão opostas sobre o desempenho deste tipo de colunas num ambiente de show.


Sendo híbridas, o painel electrostático das Neolith vem montado sobre uma caixa acústica com um duplo woofer, em tandem dipolo passivo e…massivo, para melhor adaptação à resposta polar do painel.


Ora a capacidade de movimentar ar dentro da sala é incrível para responder às exigências do mercado americano (salas grandes em casas isoladas), pelo que em salas pequenas de blocos de apartamentos (europeias) é fundamental ser judicioso na sua exploração. Para poder fazer um juízo sério e correcto das Neolith deve ouvi-las no auditório da Imacustica, antes de qualquer decisão, e não se deixar influenciar por opiniões contraditórias.


Por outro lado, numa sala relativamente pequena, com o ouvinte quase em cima das colunas, o facto de as Neolith utilizarem um único painel para reproduzir a grande gama média e os agudos num mesmo plano, não exige o necessário afastamento para permitir a integração acústica de múltiplas unidades activas, como sucede com as colunas convencionais.


O que ouvi na sweet spot foi, pois, um som ao nível dos pergaminhos do equipamento em demonstração, na linha a que a Imacustica nos habituou nos 30 anos da sua actividade que se comemoram em Abril.


E, por ser verdade, aqui se apresentam como prova documental os registos áudio, ambos captados na sweet spot em períodos diferentes: no Domingo logo na abertura (Eiji Kitamura Swing Sessions – Avalon) e ao fecho já de noite, com o sistema em ponto-de-rebuçado (Bethania,uma ‘Lágrima’ de levar às lágrimas).


Os registos falam por si, ou tocam por si como preferir, mas apenas como testemunho indirecto do que se passou, e nunca como espelho da realidade. Um microfone, todos os microfones são um transdutor, ou tradutor, ora traduttore, tradittore…


Nota: ouvir de preferência com um bom DAC/Head amp e auscultadores ou ligado ao seu sistema de som doméstico. Para melhor apreciar as fotos visualize em HD 2K ou 1080p e em full screen.


Nota: ver testes sobre os Constellation 1.0 (Hifi News), que publiquei na imprensa inglesa individualmente ou como segunda opinião (Virgo/Centaur por M.Colloms na HifiCritic) aqui e aqui.

Sala Correio-Mor


Audio Research CD9


Audio Research GSi


Wilson Audio Sabrina

Se fosse precisa prova de que, numa sala de tamanho médio, uma coluna de pequeno porte funciona geralmente melhor que uma de banda larga, quantas vezes incompatibilizada com os maus modos da sala (refiro-me aos modos de ressonância), a princesa Sabrina está aí para o provar.


Em termos relativos (de tamanho e preço) considero a Sabrina a melhor coluna de sempre criada pela escudaria Wilson. O som tem o equilíbrio tonal certo e o grave o peso ideal para o seu porte. E, não sendo particularmente articulado, como o das Magico, tem ritmo e drive, ou seja capacidade de propulsão. O conjunto médio-agudo é cremoso mas informativo. E a curta distância consegue uma excelente integração e coesão geral. Não prima pela focagem precisa, antes pela estabilidade e expansividade da imagem e volumetria do palco. Está à vontade com todos os géneros musicais, e é aquilo que os críticos anglosaxões designam por uma ‘all rounder’.


A Sabrina teve ainda a sorte de ser contemporânea do amplificador integrado ARC GSi, que parece ter sido ‘educado’ para casar com ela. Nesta circunstância, o GSi é o príncipe encantado, e ouvir música com este sistema é uma bela história de amor.


Não admira que dos vários registos digitais que obtive tenha seleccionado ‘I got my mojo workin’ e ‘ Everytime you go away’, porque dói sair da sala…Nota: o segundo registo tem dois ou três picos de ligeira distorção que se devem a overload do microfone, e que não quis editar para não roubar espontaneidade e expressividade ao som.


Nota: O GSi é descendente directo do duo Galileo Pre/150, que testei para a HifiNews em Janeiro deste ano. Podem ler o teste aqui em formato pdf.

Sala Ajuda II


Devialet Phantom

Sobre as Phantom escrevi recentemente:


Numa perspetiva cínica e preconceituosa, as Phantom serão a versão chique e modernaça do tradicional ‘ghettoblaster’, aqui designado por Implosive Sound Center (até os nomes são criativos) e o design é tudo menos discreto, podendo mesmo considerar-se futurista, no melhor estilo dos Storm Troopers da Guerra das Estrelas. Também podemos ser mauzinhos, e confundi-las com um sofisticado robot de …aspiração doméstica.


Em termos absolutos, como é óbvio para qualquer ouvinte educado na antiga escola da audiofilia, às Phantom poderá faltar subtileza, finesse e neutralidade tímbrica, o que sobra em ataque, projeção, impacto dos graves e macrodinâmica, que são hoje exigidos para a reprodução da música eletrónica - a que se vende, de facto, no mundo real. Et pour cause, é também o tipo de música que, por natureza, soa tudo menos…uh… natural.


Phantom foi criada para reproduzir o poder da música que está no poder, leia-se, a que vende milhões de cópias e ganha prémios, e em cuja produção a opção pelo conceito purista de neutralidade tímbrica seria, no mínimo, estranha, quando não mesmo contraproducente, pois iria alterar o ADN do processo musical em curso (veja as listas dos TOPs atuais para perceber onde eu quero chegar: consta algum disco de música clássica acústica ou gravação purista?).


Se é verdade que a imagem estereofónica das Phantom não tem dramatismo cenográfico, até o simples facto de a Devialet propor originalmente a sua utilização a solo (os concertos ao vivo são reproduzidos com som monofónico) prova que o objectivo nunca foi cativar os audiófilos, uma tribo em vias de extinção, mas os outros 99% de ouvintes jovens educados no som das discotecas, que partilham gostos musicais no Facebook e no You Tube, e para quem a música é uma festa - e não uma sessão analítica de psiquiatria aplicada.


Ora, nas festas, em todas as festas, quer sejam públicas ou privadas, a imagem da excitação é mais importante que a excitação da imagem. E a reprodução musical das Phantom é isso mesmo: excitante!


Dá para acreditar que isto foi gravado directamente de uma bola, que nem sequer precisou de um ‘par de bolas’ para soar assim? Não me surpreende o sucesso no audioshow junto das camadas jovens e dos ‘espíritos jovens’…


Para mais informações:


Imacustica




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